56- Rosa.

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>Pov Wanda

Observei Natasha subir as escadas em direção aos quartos, pouco depois ela desceu e passou para a área externa.

5 minutos contados depois, eu sai. Não a encontrei a vista, então resolvi tentar senti-la.

Era sempre muito fácil sentir a Natasha. Era como se ela estivesse em um mar de autocontrole. Mas hoje foi um pouco diferente.

Eu comecei a caminhar, mas não em direção ao autocontrole, e sim a insegurança. Quando cheguei á lateral da torre, a cena que vi me fez parar.

Natasha tinha um cigarro entre os dedos, a mão livre nos bolsos e a cabeça inclinada para cima. Quando me viu, o que achei ter demorado para acontecer, ela abriu um sorriso mínimo e aparentemente forçado.

— voltou a fumar? -Perguntei e me aproximei me escorando na parede, ao lado dela

— é... No fim das contas acho que nunca vou me desvencilhar disso -Ela olhou para o cigarro nas mãos e o levou até a boca

— eu acredito que você vá sim. É só não usá-lo como fuga -Não queria soar grossa, porque sabia seus motivos

— está me pedindo algo que ainda não tenho controle -Ela evitava me olhar

— por que fumar é uma fuga para você? -Perguntei afim de ajuda-la. Se eu queria estar por perto, precisava entender o que estava acontecendo naquele momento

Mas entenderia se ela não se sentisse confortável em me contar.

— porque me queima por dentro -A resposta veio de imediato, me acertando com um baque extremamente forte. Ela não precisava pensar para responder. — e aqui dentro -Apontou para o próprio peito — é onde guardo tudo que um dia já machucou

Aquilo era duro de se ouvir, falar então deveria ser pior. Mas foi então que cai na real, algo nesta noite havia feito mal a ela. E eu tinha certeza que não era efeito de bebida ou qualquer outra coisa ingerida.

— então algo hoje machucou você? -Perguntei. Mas me arrependi no mesmo instante, ela havia acabado de deixar claro que sim

— não é como algo que já passei antes. Mas incomoda -Natasha parecia pisar em ovos comigo. E a cada frase dita era mais um trago no cigarro

Aquilo estava começando a me incomodar, mas sentia que não deveria falar agora.

— porque sinto que está pisando em ovos ao falar comigo? -Fiquei de frente para ela, obrigando-a a me olhar

Natasha colocou a mão entre nossos rostos e soprou a fumaça para longe. Ela me olhou por breves segundos e então respirou fundo.

— seu companheiro está esperando -Ela continuou olhando para o lado

Quando me virei, notei o Visão parado encarando nós duas. Ele sorriu para mim e maneou a cabeça indicando que eu deveria, ou poderia, acompanhá-lo.

Naquele momento eu havia entendido o que estava acontecendo... Natasha estava incomodada e totalmente insegura em relação ao Visão comigo.

A olhei mais uma vez, e agora seu olhar estava fixo em mim. Provavelmente esperando minha resposta.

"Se for atrás dela, me esquece"

Pude ler na mente do sintozóide, já que o mesmo praticamente gritava aquilo. E não fazia o menor sentido eu ir atrás dele, ou esquece-lo por não segui-lo como ele insinuou.

Olhei novamente para frente, e a ruiva havia acabado de apagar o cigarro e estava saindo de perto.

Eu sei que estava parecendo que eu iria atrás dele, mas a ideia de deixa-la ou um possível afastamento entre nós duas me assustava.

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora