44. quase lá

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— Pronta?

Jeongyeon abriu um sorrisão, estendendo sua mão para Nayeon. Aquele era o dia em que as namoradas finalmente deixariam a universidade com a moto - um passo e tanto, visto o pânico (justificado) da mais velha. Já fazia um mês que andavam para lá e para cá pelo estacionamento do campus com a moto quase todos os dias e, em cada um desses dias, havia uma visível melhora por parte de Nayeon. Jeongyeon mal conseguia conter sua animação com tudo aquilo, era muito fofo. Não tinha como negar.

Era bom ter uma distração para a mente, visto que processar uma instituição levava meses ou até anos. Os pais da Im haviam explicado que primeiro tinham que apresentar uma ação contra a delegacia, depois precisavam esperar a resposta da instituição, então haveria os depoimentos dos envolvidos, apresentação de todas as provas e a decisão do juiz. Iriam até o fim, mas rápido? Não seria.

— É, acho que sim. — Nayeon pegou na mão da mais nova, respirando fundo. — Vamos nessa--

— Você consegue, amiga! — Tzuyu segurou o ombro dela, fechou o punho da canhota e ergueu no ar. — Força!

— Qualquer coisa, estaremos logo atrás. — Jihyo fez questão de relembrá-la. Seus pais haviam trocado de carro há pouco tempo e decidiram presentear a filha com um dos antigos, havia buscado no último domingo. Era muito recente. E muito foda! Tinha muitos planos para o veículo azul-marinho, incluindo acompanhar as amigas nos passeios de moto quantas vezes fossem necessárias. Para ela, dirigir era tão terapêutico quanto cantar ou compor. — Até onde nós vamos?

— Até onde o coração mandar. — Jeongyeon colocou seu capacete, esperando Nayeon fazer o mesmo. Ao passo em que elas subiam na moto, Tzuyu e Jihyo entraram no carro ((eram muito fofas de se oferecerem para ir junto. Assim que sentiu os braços da Im contornando sua cintura, a estudante de odonto deu partida. Seu coração batendo tão forte que era impossível não notar. — Vida... Eu te amo, viu? Muito.

— Eu também, Jeong — Ela apoiou a cabeça no ombro da namorada. — Espero poder fazer isso pra sempre.

— O que exatamente? — Yoo riu. — Andar de moto assim? Abraçadinha? Comigo? Até onde o coração mandar?

— Amar você ao ponto de me fazer subir nesse troço. Imagina o tamanho do meu amor pra enfrentar os meus medos assim, me valorize! Sou um anjo.

— Ah, como é! Daqueles caídos. O mais vermelhinho de todos--

— Vermelho, cor do amor.

— Vermelho, cor do diabo.

— Bom, então, a pecadora aqui é você. Eu mirei numa linda palhaça, aventureira nata, futura dentista.

— Temos nosso tipo.

— É... — Nayeon riu, deixando-se relaxar. Então, apertou a namorada um pouco mais. — Eu não poderia concordar mais.

***

Olhar para uma criação sua exposta em meio as demais obras do Museu Universitário de Tdoong era surreal, mais surreal ainda era pensar em como todos os seus professores se maravilharam e encheram Chaeyoung de elogios pela ousadia do que ela nomeou como "uma bela desgraça" – a escultura do rosto de Mina. A escultura que Mina arremessou no chão. A única escultura da turma com imperfeições. E a única ali a ganhar um lugar no museu. A vida era realmente... Uma comédia. Toda a frustração do outro dia? Havia ido para o infinito e além. Sentia-se estranhamente grata, e queria poder falar sobre. E meio que podia falar sobre. E estava a ponto de falar sobre. Foda-se, só se vive uma vez! Falaria sobre.


Son Chaeyoung

ei, olha só oq veio parar

Namorada de Mentirinha - SAIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora