Convite

792 84 381
                                    

— E aí? Você se interessou em algo? — Falei, enquanto Kunikuzushi lia os panfletos na frente do pátio da faculdade, estávamos nisso a horas.

— Nhe... Eu preciso mesmo disso? — O rapaz perguntou, me olhando com desdém.

— Bem... Você mentiu para mim ontem, algo que ainda precisamos conversar sobre, pode fazer isso para compensar? — Perguntei de modo gentil, e o rapaz revirou os olhos.

— Olha, nenhuma atividade da faculdade me interessou, beleza? Eu não gosto dessas coisas, já está sendo um saco ficar nas aulas.

— Certeza? Ah... Eu pessoalmente adoraria ver você atuando para um público em um palco. — O rapaz corou de leve, e pegou o panfleto do grupo de teatro novamente.

— Humf, tá. Mas isso ainda é injusto, você me magoou e eu me vinguei foi só isso... — Ele colocou o panfleto no bolso e abri um sorriso vendo o rapaz envergonhado. — Eu não deveria fazer nada para me desculpar por ontem.

— Vamos fazer um lanchinho da tarde? — Levantei a minha lancheira, a mostrando para Kunikuzushi.

— O que é isso? Não vamos para o refeitório? Por que você tem uma lancheira?! Você nem volta para sua casa durante a semana.

— Não vamos, hoje de tarde minha mãe me entregou essa entrega especial, ela geralmente envia as coisas que precisa no primeiro dia do mês, eu já tinha recebido o pacote de março, então se enviou outra agora deve ser algo importante! — Me animei, e o rapaz coçou a nuca dando de ombros.

— Ok então, por mim tanto faz...

— Vem, me segue! — Sorri, andando até uma mesa.

Aqui na faculdade nessa área de laser existem essas pequenas mesas para os alunos sentarem, nesse horário por volta das 15:00 geralmente está tudo lotado já que a maioria dos alunos não tem aula no período da tarde, logo é dedicado para as atividades extras, mas hoje até que está um pouco calmo.

— Aí, eu estou ansioso... — Falei, colocando a lancheira na mesa e me sentando no banco, Kuni fez o mesmo e ficou encarando com desdém a pequena bolsa vermelha.

— Agh, se não for um vibrador ou algo assim eu não tô nem aí. — Reclamou e o olhei feio.

— Kuni! É algo da minha mãe, por favor pare com essas piadinhas por agora. — Suspirei, abrindo a lancheira e retirando a caixa que estava lá dentro.

— Tsk, tá, abre logo! — Reclamou, e eu suspirei abrindo a caixa e virando para Kunikuzushi.

— E aí? O que é?! Eu quero ser surpreendido!

O rapaz colocou a mão dentro da caixa, e retirou um envelope e alguma coisa em outra caixa menor junto.

— Eu não faço ideia, acho melhor você ler o envelope primeiro.

Peguei o envelope com cuidado, observando o papel amarelado com o selo vermelho estiloso com uma fênix desenhada como aquelas cartas antigas de gente rica, e isso me fez ficar em alerta, mesmo que só um pouco, a minha mãe jamais enviaria algo assim!

— Algum problema? — Kuni perguntou, e balancei a cabeça.

— Não é que... A minha mãe provavelmente enrolaria uma folha de papel e colocaria na caixa, isso não parece algo dela. — Suspirei, abrindo a carta com cuidado para não estragar.

— Leia em voz alta, quero ouvir. — Falou, e eu engoli a seco começando a ler.

— Querido Kaedehara Kazuha, como está na faculdade? Imagino que a essa altura já tenha percebido que eu não sou a sua mãe. — Falei, e Kuni me interrompeu.

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora