Algumas Coisas Não Voltam

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Não é difícil cuidar bem do Kuni, o difícil é não encher ele de beijos toda vez que ele fez algo fofo, ou não chamar ele de "meu amor" enquanto estamos juntos.

Eu acho que o Kunikuzushi que eu conheci, aquele que se entregava e dava em cima de mim diariamente estava com a cabeça muito acabada, eu fico feliz que ele não está mais atolado de traumas, mas eu sinto falta de trocar carícias com o meu namorado.

Já faz uma semana, onde eu estou errando? Achei que já teria pelo menos descolado um selinho dele a essa altura... Será que esse Kuni não gostaria do Kazuha? Ah... Se for o caso, eu também preciso entender a situação.

Ah, eu preciso parar de agir como se fosse outra pessoa, ele só está sem as memórias antigas, foram substituídas por uma falsa-infancia e adolescência pelo que a Raiden Ei me disse.

Todo mundo esqueceu do Kunikuzushi, menos eu, Ei, Makoto, Yae, Shogun e Venti, por que criaturas mágicas em geral não são afetadas pelos efeitos, e eu tive envolvimento próximo demais com ele, além de ter bebido uma poção junto para não esquecer dele.

Eu estava sentado em um banco na área de lazer da faculdade, tomando um lanche da tarde, é estranho voltar à vida real sem nenhum ocorrido paranormal.

— Ah... — Acariciei meu pulso, vendo a tatuagem ali. — Eu sinto tanto a sua falta...

— Falta de quem? — Me assustei, dando um grito.

— Ah! K-kuni! N-não faça isso! — O rapaz parou, olhando a tatuagem, e se sentou ao meu lado. — O que foi?

— Sabe o que eu sempre achei estranho? — O rapaz puxou meu braço, juntando as tatuagens. — Por que um completo desconhecido teria uma tatuagem que completa a minha?

— A-ah bem... — O rapaz levantou meu braço, levando até a sua boca. — Kuni?!

— Kazuha, eu ouvi vários rumores sobre você, é um rapaz interessante. — Ele beijou a tatuagem, me fazendo corar bruscamente. — Ouvi dizer que você era namorado do seu antigo colega de quarto, e que do nada vocês terminaram e ele saiu da faculdade.

— S-solta o meu braço... — Ele riu, me soltando. — Ah... Olha, eu não sei o que você ouviu, mas a nossa relação era...

Kuni se aproximou com tudo, selando os nossos lábios e me fazendo arregalar os olhos, minhas pernas fraquejaram um pouco, e o rapaz se separou, olhando para mim com o rosto avermelhado.

— O-o que foi... — Perguntei, e Kunikuzushi sorriu, virando o rosto para a direita e me dando uma leve esperança. — Você...

— O que foi? Eu já sei que você é gay, estou te dando um gatilho. — Ele se aproximou, colocando o dedo na frente da minha boca, e sorrindo de maneira confiante. — Me conquiste Kaedehara Kazuha, você quer me fazer seu?

— O-o que?! — O rapaz sorriu, passando a mão pelo meu ombro.

— Você entendeu o que eu quis dizer... Você é tão bonzinho, eu bem que poderia te corromper a matar aula para fumar cigarro e... Transar em lugares proibidos, de preferência públicos, transar em lugares públicos deve ser o máximo. — Kuni puxou um cigarro do bolso, colocando na boca de modo provocativo enquanto me encarava. — Eu tenho interesse em você, Kaedehara.

— Kuni... — Senti meu rosto esquentar, e tirei o cigarro da boca do rapaz. — Não pode fumar no campus da faculdade.

— Hey! Me devolve essa merda! — Ele tentou pegar o cigarro da minha mão, e eu ri erguendo ele para cima.

— Não, não, eu não quero que você pegue alguma suspensão! — Reclamei, vendo o olhar irritado do azulado.

— Você fuma maconha e ninguém tá te julgando por isso, que tipo de preconceito é esse?! — Reclamou, e eu sorri.

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora