O Preço Da Humanidade

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— Onde está o Kuni? — Venti perguntou, assim que entrou na casa.

— Lá em cima, agora não é uma boa hora os meninos acabaram de acordar. — Ei comentou.

— A Makoto está fazendo o café da manhã... — Eu falei, enquanto brincava com um cubo mágico, e Venti me encarou.

— Meu deus... Vocês roubaram a criança da Rukkhadevata?!?! — Falou apavorado, e eu ri com muita tristeza por dentro.

— Seu idiota! — Ei bateu na cabeça do garoto com tudo. — Ela perdeu a mãe! Não tinha mais ninguém para cuidar dela e nós a pegamos... Quer dizer, atualmente apareceu um rapaz chamado Cyno, pelo que descobrimos, ele é parente de um dos amigos que a Rukkhadevata era próxima, de qualquer forma seria estranho chegar para o rapaz e apresentar uma criança imortal.

— Sim, eu concordo, mas vocês bem que poderiam quebrar o feitiço da imortalidade da Nahida e do Kunikuzushi. — Venti deu de ombros, e o olhei confusa.

— T-tem como tirar?! — Perguntei, um pouco animada.

Eu gosto da imortalidade, mas ela é tão solitária que se eu pudesse só... Ser uma criança normal, eu aceitaria na hora.

— Claro que tem, o preço é até bem baixo na verdade... Você só perde todas as suas memórias e poderes, por uma vida humana comum. — O rapaz cruzou os braços, pensativo.

—... Eu gostaria... — Cocei a bochecha envergonhada, vendo Ei me encarando com certa tristeza.

— O que? Não, isso é só em último caso, nem sabemos se isso curaria a maldição do Kuni! — Reclamou, fechando a cara.

— Mesmo se não curasse, ele perderia os poderes, se tornaria só um humano normal que no máximo atacaria o Kazuha de tempos em tempos... — Venti falou, abrindo um sorriso.

— Não... Eu... Ele ficaria 100% nas mãos do Kazuha, eu não quero entregar o meu filho como responsabilidade de outra pessoa e também... Esquecer de tudo não faria a personalidade dele mudar? O Kuni só é como é por causa das coisas que ele passou.

— Sim, é verdade... E também ele teria que se apaixonar pelo Kazuha novamente, seria triste para o Kazuha. — Venti deu de ombros, se sentando no sofá. — Podemos procurar alguma versão do feitiço que mantenha as memórias, ou até mesmo inventar uma! Sabe, eu tenho energia Anemo para conter o Kuni o suficiente, só preciso ficar perto dele.

— Então acho que é hora de você seu vagabundo ir para a faculdade.

—... Pera, o que? — O sorriso do rapaz se desfez, e eu ri um pouco da situação.

* * *

— O que acha? — Kazuha ligou uma música para tocar no quarto enquanto eu ficava deitado olhando para cima, morrendo de dor.

— Tsk, já falei que você pode descer fazer qualquer coisa que quiser, porque continua aqui? — Perguntei, e o rapaz riu.

— Eu falei que ia cuidar de você, e estou aqui, eu te amo e você não vai se livrar de mim. — Suspirei, vendo Kazuha se levantar fazendo uma dancinha na frente do rádio.

Revirei os olhos, entediado, a porta se abriu na mesma hora, o rosto de Kazuha ficou mais branco do que já é, ele simplesmente paralisou de vergonha vendo Venti, Ei e Nahida ali.

— Meu deus, ele está horrível! — Venti falou, espantado, e revirei os olhos.

— Tenta levar uma espadada no meio do seu peito, sem ofensas Kazuha. — Reclamei, querendo sumir daquele lugar.

— Não me ofendeu... E espadada não é realmente uma palavra existente. — O rapaz abaixou a cabeça, e desligou a música. — Eu achei que o Kuni demonstrou uma boa recuperação, em apenas uma noite ele já está conseguindo falar normalmente e mover um pouco os braços sem sentir dor!

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora