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— O que pensa que está fazendo? — Yae Miko disse, se aproximando de mim com os braços cruzados.

— Tomando os meus remédios. — Falei, ingerindo as pílulas especiais que Yae Miko fez para mim.

— Você precisa parar, eu falei que esse antídoto funciona, mas você precisa tomar no máximo uma por dia, essa já é a 5° essa semana, e estamos na segunda-feira.

— Kazuha me levou em um encontro ontem, ok?! — Falei, tomando água para me ajudar a engolir o comprimido. — Eu estou... Eu estou borbulhando por dentro, ele não sabe que eu vomitei tudo o que comi depois daquilo... E nem pode saber, ele se esforçou tanto...

A mulher me encarou, olhando o pote de pílulas na minha mão.

—... Ah... — Gemi baixo de desconforto, então Yae Miko pegou o pote de pílulas da minha mão a força. — Não! Me devolve! E-eu preciso disso!

— Se você beber sua medicação assim, ela vai parar de fazer efeito. — A mulher me olhou feio, e senti meu peito arder.

— A-ah... Não, não... Me devolve! — Minha garganta coçava e meu estômago revirava, então eu caí no chão em meio ao desespero.  — M-me... A-ahr...

Minha visão estava completamente embaçada, eu nem percebi o que havia feito, mas em seguida percebi o chão cheio de sangue.

— Viu? Você está acabando com o seu próprio corpo, se afaste do Kazuha por essa semana.

— Não! E-eu não... E-eu não posso... M-muito tempo. — Fechei as mãos em punhos, apertando o mais forte que pude.

— Você quer machucar ele? Ou machucar mais a si mesmo? — A mulher perguntou seriamente.

— Não tem... Nenhuma versão mais forte dessa medicação?! — Perguntei, e a rosada olhou para mim.

— Kunikuzushi... Infelizmente não. Eu estou trabalhando junto com o Venti, mas nenhum de nós conseguiu estabilizar um remédio melhor, além do mais você é quase uma cobaia para isso... — Yae Miko suspirou, se abaixando e me ajudando a levantar. — Se sente melhor?

—... Um pouco. — Coloquei a mão na barriga, ainda era se os meus órgãos internos estivessem devorando uns aos outros.

— Você sabe as suas restrições, está quebrando todas elas... Encontros, beijos, e eu aposto que vocês dois chegam até a toques mais íntimos, coisas que vão acabar mais e mais com você. — Abaixei a cabeça, apenas ouvindo a mulher me dando uma bronca merecida.

—... Eu posso ir atrás desse tal de Venti? Talvez se ele fizer experimentos com o meu corpo...

— Kunikuzushi!

—... Eu não aguento mais. — Tapei meu rosto, sentindo uma fraqueza imensa no corpo. — Eu odeio viver, meu único objetivo é conseguir fazer o Kazuha feliz, e viver por outra pessoa é horrível.

—... Kuni. — Yae colocou a mão no meu ombro.

— Eu quero morrer... O que eu fiz para merecer? Yae eu recebi essa maldição simplesmente por me apaixonar... Por que? Por que eu não posso amar quem eu quero?!

— Não fale isso seu idiota... — Yae Miko me abraçou. — Não fale isso...

— Eu odeio isso... Eu odeio tudo isso. — Agarrei a mulher com força, querendo chorar.

— Hmm... Pirralho, eu não sou exatamente alguém que consola os outros... — Ela disse, enquanto as lágrimas começavam escorrer. — Ah, tá. Só dessa vez, acho que é a parte negativa de comer mulher com filhos.

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora