No Silêncio Da Noite

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— Então, onde exatamente nós estamos? É muito próximo da casa de Ningguang e está completamente vazio, só tem aquela funcionária que nos trouxe aqui. — Falei sorrindo, e vi Kazuha corar. — Eu sei que não tinha nenhum restaurante por perto, pesquisei sobre a cidade antes do encontro.

— Haha, você me pegou, essa foi bem mais rápida do que eu imaginava... — O albino fez sinal com a mão para a mulher que se retirou da sacada. — Não tem restaurante nenhum aqui mesmo, esse aqui é um prédio de uma das empresas da Ningguang, eu pedi para usar hoje a noite.

— Engenhoso, e o resto? Eu suponho que nós vamos comer comida aqui, além de que essa sacada está toda decorada, a mesa chique, o candelabro, a funcionária... Você pediu tudo para a sua madrasta rica? — Arqueei as sobrancelhas, e a funcionária colocou dois copos de água na mesa, junto com um prato com pedaços de pão e vários tipos de cremes.

— Bem... Eu não sou mimado, muito menos rico, mas... Sim, o prédio eu pedi emprestado para a Ningguang, porém foi só isso. — Cruzei os braços, vendo o rapaz corar. — Hmm... Talvez mais algumas coisinhas também.

— Vai Kazuha, fale logo o que você fez. — Sorri, pegando um pedaço de pão e passando em um dos cremes. — Um aperitivo... Legal.

— Eu decorei todo esse lugar, claro que a Ningguang me ajudou a escolher e a comprar as decorações, mas eu vim aqui sozinho para limpar o local e preparar tudo! — Falou orgulhoso, e eu ri um pouco observando o rapaz animado.

O Kazuha com esse olhar inspirado me faz sentir tão completo e amado por dentro, enquanto comia outro aperitivo, estava uma delícia... E olha que é difícil comida me agradar.

— Você tem bom gosto para decoração, estou encantado. — Falei, vendo o garoto se alegrar, assim ele continuou falando.

— A Funcionária é da Ningguang sim, ela se ofereceu para servir porque a Ningguang achou que poderia ser anti-climático eu ficar arrumando as coisas durante o encontro, servindo comida e tals, eu acho que não ligaria muito, mas... É uma mordomia de qualquer jeito.

— Tudo bem, eu não vou te julgar por algo assim, mas e a comida?

— Haha aí que está... — Kazuha corou a nuca envergonhado. — Eu cozinhei tudo hoje de tarde.

— Você? Uau, eu pensei que você tivesse saído hoje para comprar algum presente para mim ou algo assim. — Falei na inocência, observando a paisagem com o rosto avermelhado. — Você realmente fez tudo isso manualmente para mim?

— Sim, afinal eu te a... Digo, eu te odeio. — O rapaz riu um pouco nervoso. — Desculpa, foi quase...

— Acontece, eu imagino que seja natural falar isso... — Suspirei, colocando minha mão na mesa sobre a de Kazuha. — Eu te odeio muito mais, seu idiota.

— Hey, isso soou como se você realmente me odiasse, estou magoado! — Falou com ironia, me fazendo rir.

O "Eu te amo" por algum motivo atiça meu subconsciente, mas eu não me importo de falar: "Eu te odeio" para o Kazuha quantas vezes sejam necessárias, na verdade isso até se torna algo mais especial, eu gosto.

É como se fosse o nosso jeitinho especial de demonstrar afeto, eu amo isso.

— Você fez esses aperitivos também? — Questionei, provando agora o creme apimentado. — Estão muito bons.

— Sim, eu cortei o pão e fiz os cremes. — Kazuha sorriu, passando um pedaço de pão em um dos cremes. — Queria que ficasse algo requintado igual um restaurante chique.

— Haha, você não precisava imitar um restaurante chique... — Sorri observando o prato na mesa. — Eu ia amar só de ser sua comida no nosso quarto da faculdade em uma mesa de estudos, mas o seu esforço para me agradar é tão...

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora