Quando o Sangue Escorre

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— Você... Vai mesmo dançar comigo? — Ele perguntou, enquanto eu o guiava para o meio do salão.

— Claro, meu príncipe, eu te prometi. — O chamei como ele queria, e a reação do garoto foi abaixar a cabeça querendo tapar o próprio rosto.

— Idiota... Mesmo com todo mundo olhando? Haha, sua reputação vai pelos ares assim.

— Eu não ligo, imagina perder a chance de dançar com o homem mais lindo do mundo só por idiotice de homofobia. — Falei, apertando com força a sua cintura.

— Realmente você deve estar implorando para ser morto pelas minhas mãos. — Ele disse, apoiando sua mão livre no meu ombro.

Embora ele falasse de modo confiante, o rubor nas suas bochechas diziam o contrário para mim, ele estava envergonhado, e isso era super fofo.

— Eu acho... — Senti meu rosto esquentar enquanto o guiava até a pista de dança. — Que talvez eu não me importasse tanto de morrer pelas suas mãos.

— Haha, diz isso agora, mas se caga de medo toda vez que eu avanço em cima de você.

— Claro! Haha, você é assustador. — Sorri um pouco enquanto dançávamos a música clássica que começava no meio do salão.

Era impossível não notar os olhares para nós dois, não por sermos dois rapazes mas porque a pista de dança estava vazia, só com nós dois no meio de todo mundo.

— Está tenso? Seu coração acelerou. — Kunikuzushi falou, e sorri sem jeito para ele.

— Sim, estou com vergonha... — O rapaz sorriu para mim, segurando meu ombro com carinho.

— Eu também... — Falou sussurrando.

— Você? Com vergonha? Haha, você é a pessoa mais sem vergonha que eu conheço.

Virei no ritmo da dança, rodando Kunikuzushi e me separando dele, em seguida voltamos para perto um do outro, eu atrás de Kuni segurando seus braços cruzados.

— Eu sei, o que me envergonha não são as outras pessoas. — Falou.

Rodopiei Kunikuzushi no ritmo da música, e o segurei firmemente pela cintura, o puxando para mais perto do que antes.

— Então, o que te envergonha?

— Você. — O rapaz disse, bem próximo do meu rosto. — Kaedehara Kazuha, você me deixa completamente maluco.

— Haha... Como se você tivesse outro efeito em mim. — Sorri para o rapaz, terminando a dança o jogando contra o chão e segurando suas costas. — Isso foi divertido, não acha?

— Você bem que... — Sua mão segurou minha gravata, puxando meu rosto para mais perto. — Poderia terminar com chave de ouro.

Jesus... Beija Kazuha, é só beijar...

Me aproximei mais, acabando com o espaço entre nós e selando nossos lábios, mesmo estando no meio de uma multidão, por um segundo eu senti que o mundo ao nosso redor desapareceu, e a única coisa que existia era o Kunikuzushi.

O rapaz segurava minha gravata com força, me fazendo até ficar um pouco sem ar, enquanto apertava meu braço com a outra não, o seu peso quase me fiz pender e cair por cima dele.

Ele não foi apressado ou bruto, apenas gentil, o que me surpreendeu bastante, quando o soltei o menor tinha um olhar ainda mais lindo do que antes, ele parecia tão feliz...

— Você está tão lindo. — Colei nossas testas, sorrindo igual um idiota.

— E você continua sendo um idiota. — Ele me mostrou a língua, me fazendo rir e o levantar com cuidado.

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora