Lapsos de Memória

478 54 425
                                    

— O que achou? Gostou do sorvete? — Perguntei, colocando a colherada na boca de Kunikuzushi.

— Hm! É... Aceitável. — Comentou, enquanto engolia o bocado. — Eu gostei do amargo, mas ainda sim tem um pouco de açúcar no fundo, Bleh.

— Olha, olha, a Nahida finalmente atendeu! — Falei, pegando o celular e me dando de cara com a menininha. — Olaa!

— Oi! Onde vocês dois estão?!

Atrás dela, estava Cyno, o rapaz andava com as mãos no bolso e de maneira tediosa, Tighnari, Lisa e uma garota de cabelos verdes também estavam com eles, eu acho que seu nome é Collei, nunca há vi pessoalmente, até onde eu sei ela é como uma irmãzinha do Tighnari.

— Na entrada do parque, tomando sorvete. — Respondi, e a menina sorriu. — Estão muito longe?

— Oh! Oh! Não estamos, Já estamos chegando! Esperem aí só mais alguns minutinhos! — Nahida falou, desligando a chamada.

Ei e Yae falaram que conseguiram o resultado, então estão prontas para finalmente aplicar na Nahida amanhã, por isso o Kuni quer passar seu último dia com a garotinha, se der certo, semana que vem é a vez do Kunikuzushi.

— Está muito tenso para o dia de hoje? — Perguntei, e o rapaz deu de ombros.

— Claro que não. — Respondeu, me olhando de canto. — Eu só quero fazer ela feliz antes dela esquecer completamente de mim.

—... Eu acho que... Não posso opinar, nunca passei por algo parecido. — Lambi o meu sorvete, vendo Kuni rir um pouco.

— Mas você vai passar, afinal, eu também vou esquecer de você. — Paralisei por um segundo, observando o rapaz arrumando seus cabelos. — Kazuha, eu quero fazer uma tatuagem.

— O que? Por que isso do nada? — Perguntei, e o rapaz sorriu para mim.

— Eu faço um símbolo, e você a outra parte dele, sabe, eu e a minha mãe temos tatuagens assim na nuca, você nunca deve ter visto a dela. — Ele cruzou os braços, rindo um pouco.

— Eu já vi a sua, acho ela bonita... — Comentei, e o rapaz enganchou nossos braços.

— Então, topa fazer uma tatuagem comigo? Pode ser nos pulsos.

— Por que nos pulsos...?

— Por que a sua vida está nas minhas mãos... — Comentou, passando as mãos pelo meu braço, descendo até meu pulso, e passando a mão gentilmente. — E a minha também está nas suas.

— Tudo bem, eu topo, qual símbolo você vai escolher? — O rapaz beijou o meu pulso com carinho.

— Asas, eu quero uma asa de anjo no seu pulso, e uma asa de demônio no meu, que quando a gente junta as mãos elas se completem. — Falou, rindo baixo.

— Claro, eu topo. — Sorri, beijando o rapaz com carinho. — Certeza que se sente bem mesmo sem o Venti aqui?

— Sim, na verdade a presença dele em todos os lugares chega a ser intoxicante, estou aliviado de não ter ele por perto. — Ele comentou, sorrindo para mim. — Gosto desses tempos só nós dois.

— Não se preocupe meu amor, em breve o Venti vai voltar a viver a vida dele, você vai virar humano, e nós vamos construir uma vida. — Sorri para o rapaz, e ele me beijou novamente.

— Assim eu espero... — Comentou, abaixando a cabeça. — Mas também é por isso que eu quero fazer a tatuagem.

— Como assim...

— Se o Kunikuzushi sem memórias não acreditar em você, mostre para ele. — Ele riu baixo, se apoiando no meu ombro e apertando a minha mão. — Ele é bem teimoso, você sabe.

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora