Karma

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Kunikuzushi estava jogado na cama, de saco cheio de novo, completamente entediado de não ter nada para fazer, prendi ele nesse quarto ontem o dia todo, e hoje ele está teimando em colaborar comigo.

— Kazuha chega, eu quero sair, tomar um sol, me exercitar, você vai me deixar aqui em cativeiro? — Reclamou, jogando algum jogo no celular.

— Não é um cativeiro, estou cuidando de você. — Falei, pegando o termômetro que havia deixado no suvaco do rapaz. — Hmm... Você não está com febre, mas está tão quente desde ontem de noite.

— Eu te falei, não é um problema humano, você não vai conseguir me diagnosticar assim, e estou quente porque alguém aqui se recusa me comer todos os dias. — Reclamou, dando de ombros. — Vamos caralho já é... Quarta feira? Seu estoque de porra já reabasteceu e sua pica já subiu.

— Ah... Certo, eu vou sair pegar o almoço, o que você quer? — O ignorei completamente, vendo o rapaz ficar irritado, abri o celular vendo o cardápio de hoje. — Hmm... Tem comida italiana.

— Pode ser, tanto faz, pasta, espaguete uh uh pizza. — Revirou os olhos. — Aí que Shelly burra do caralho, todo mundo sabe que a ultimate dela explode qualquer coisa de perto o cara usa de longe!

— Ah... Para de se irritar com joguinho online, e de fazer comentários xenofóbicos também, fala que não liga mas sempre reclama das comidas do refeitório que eu trago. — Revirei os olhos, e o rapaz me mostrou a língua.

— Exatamente, não ligo porque já sei que tá tudo ruim, você bem que poderia cozinhar alguma coisa para nós. — Abriu um sorriso, me encarando.

— Hmm... Quem sabe alguém dia? Hoje eu não estou afim. — Abri a porta do quarto, saindo e indo direto para o refeitório.

Para minha surpresa, todas as pessoas estavam me observando de modo estranho, e acabei abaixando a cabeça envergonhado, procurando alguma coisa nas minhas roupas... Será que aconteceu alguma coisa? Tem alguma marca de chupão em mim? Ou meu cabelo está embaraçado?

— Oh! Olha só quem finalmente saiu do quarto. — Ouvi a voz atrás de mim. — Eu estava te esperando.

Em seguida fui empurrado para frente caindo de cara no chão e derrubando meu celular, esse que infelizmente teve a tela quebrada imediatamente.

— Ah! Não! — Falei, tentando me levantar, mas alguém pisou nas minhas costas.

— Estão vendo isso gente? — O homem falou, e tentei o encarar, mas ele puxou meus cabelos segurando minha cabeça e mostrando para os outros como se fosse um animal abatido. — Acho que acabei de caçar um viadinho.

— A-ah... M-me solta! — Me rebati, e o rapaz puxou com mais força. — Por que está... Por que?! O que eu t-te fiz?!

— Shhh. — Falou no meu ouvido, pisando com força nas minhas costas. — Um animal como você nem deveria abrir a boca em primeiro lugar, deixa que um homem de verdade fala aqui.

— Agh, ok, agora só falta esperar esse tal homem chegar então. — O encarei, eu não conhecia esse cara mas deveria ser algum dos homofóbicos nojentos da faculdade, a foto do celular de Mona... Ela deve ter espalhado para todo mundo.

— O que disse?! — Ele bateu minha cabeça contra o chão, e ouvi alguém vindo o segurar.

Senti meu nariz sangrando, e minha cabeça latejava de dor depois desse golpe, eu estava um pouco tonto e caralho com certeza isso vai deixar marca.

— Chega! Charles você não precisa fazer tudo isso. — Era uma voz feminina, mas o rapaz apenas se ajeitou e chutou a minha barriga com tudo. — É só um site de fofocas, a vida é dele! Qual o grande problema de ser gay?!

Sonho PecaminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora