capítulo VI: Aniversário de morte e a mensagem na parede.

65 8 30
                                    

O mês de outubro havia chegado, e com ele uma friagem tão úmida e fria que acabou apossando a maioria dos alunos e fazendo uma grande gripe cobrir Hogwarts. Madame Pomfrey era vista com vários alunos internados na enfermaria, Aurora foi uma das primeiras a adoecer desde que outubro começou e era vista muitas vezes indo à ala hospitalar para pegar uma das poções reanimadoras que faziam fumaça sair de seus ouvidos e sua pele ficar vermelha como a de um pimentão.

Surpreendentemente, Draco também era visto durante essas sessões de cura da medibruxa. Harry não conseguia dizer o porquê mas Pomfrey nunca expulsou o loiro da ala hospitalar e as vezes os dois eram pegos conversando dentro do escritório da mulher. Não que Harry tivesse perseguido Draco para conseguir essa informação ou algo assim.

Porém o mês também trouxe a confirmação para o grupo inteiro de que Draco não estava bem, e Hermione até sugeriu uma vez que o motivo dessas visitas à madame Pomfrey era porque ele estava doente. Malfoy parecia estar cada vez mais cansado a cada dia que passava e nunca mais andou com nenhum dos garotos desde o dia do treino fracassado da Grifinória. Sempre que uma das crianças tentava se aproximar dele, ele apenas corria pra longe parecendo ter visto um fantasma e isso estava frustrando a todos do grupo que estavam muito preocupados com esse isolamento abrupto do garoto.

Maya nunca havia estado tão deprimida quanto nesses últimos dias, embora de fato ela não deixasse de sorrir ou parasse de tagarelar com todos à sua volta; agora, porém, ela também era vista mais quieta quando estava com os amigos e sempre olhava para os lados como se esperasse que Draco aparecesse ali do nada. Isso se devia ao fato de todas as suas tentativas fracassadas de tentar conversar com o sonserino. Harry não podia culpa-la pelo seu péssimo humor, Potter sabia que Maya sempre se deu melhor com Aurora e Draco, e agora que um dos dois melhores amigos da garota estava a ignorando publicamente...

A única notícia positiva desses últimos dias era que a família Lancellotti de alguma forma conseguiu consertar os espelhos de Harry e Aurora. Finalmente agora eles poderiam se comunicar com os amigos à noite quando todos os grifinórios estivessem na comunal, exceto que, claro, era somente Maya quem atendia as ligações agora. Harry sempre ligava pra rede do espelho de Draco quando todos já estavam na cama, na esperança de que talvez ele pudesse ver ou conversar com o loiro, mas tudo o que Harry conseguia ver era o escuro incessante de algum lugar do dormitório da Sonserina, o que significava que Draco também havia escondido o espelho.

O entusiasmo de Olívio em relação aos treinos de Quadribol, no entanto, não diminuíram após a desgraça total que foi o primeiro treino. Na verdade ele parecia muito mais animado que antes. Esse era o motivo de Harry estar no momento andando todo molhado e enlameado de volta à torre da Grifinória na véspera do dia das bruxas. Olívio havia dado inúmeros sermões a ele hoje, dizendo que ele parecia estar no mundo da lua. Mas o que Harry poderia fazer? Ele andava preocupado até os ossos com tudo que vinha acontecendo, e o fato de amanhã ser o aniversário de morte de seus pais não estava ajudando seu já deplorável humor.

Quando Harry vinha andando pelo corredor deserto ele viu de longe uma figura que parecia tão preocupada quanto ele. Nick quase sem cabeça estava parado no meio do corredor enquanto murmurava coisas como “ não é o suficiente...” ou “ se fosse mais dois centímetros para a esquerda... “.

Harry parou por um momento, encarando o fantasma com curiosidade — Oi, Nick.

— Olá, Olá — Nick assustou-se, olhando pros lados até que seu olhar pousasse em Harry e ele sorrisse extasiado. Nick era transparente como fumaça, e através dele Harry conseguia ver o céu estrelado e a torre da Grifinória de longe. — Você parece preocupado, jovem Potter.

Harry abriu um sorriso cansado — Você também — apontou.

— Ah — o fantasma suspirou enquanto balançava elegantemente a mão. — Uma questão de menor importância, claro... Eu achei que deveria me candidatar à caça sem cabeça mas aparentemente não atendo às exigências... — terminou com voz irritada, e se fosse possível, Harry achava ter visto fumaça saindo da cabeça do fantasma. — Um absurdo, não acha?

Uma História um pouco diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora