Capítulo XII: Tom Servolo Riddle.

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Queridos Remus e Sirius.

Um aluno foi levado para a câmara. Foi Draco Malfoy, meu amigo. Iremos pra casa amanhã.

Harry.

Harry não conseguiu escrever mais do que isso. Aquele estava sendo, com razão, o pior dia de sua vida. Ele refletiu bastante no decorrer da tarde, talvez aquele fosse o motivo de Draco estar tão estranho nos últimos meses, ele provavelmente estava sendo chantageado ou ameaçado pelo herdeiro e não queria colocar os amigos em risco.

Aurora e Ron, tal como Harry, ficaram em silêncio durante a tarde toda. No canto da sala comunal, que também estava em profundo silêncio. Todos os grifinórios lançaram olhares de pena para o grupo de amigos, Gina tentou consola-los, sem muito sucesso, e Jorge e Fred tentaram conversar com eles para os fazerem dizer algo, mas os três continuaram em silêncio profundo.

Aurora passou todo o tempo agarrada a Harry. Abraçada pelo irmão que traçava círculos em seu cabelo, tentando confortar a garota enquanto lágrimas manchavam a camisa de Potter. Harry também sentia muito vontade de chorar, e chorou, embora tenha soado abafado contra os cabelos de Aurora.

— Ele sabia de alguma coisa — disse Ron pela primeira vez naquela tarde.— No café da manhã, ele tentou nos dizer. Ele sabia de algo importante...

Um silêncio ensurdecedor envolveu os três. Eu o deixei ir... Se eu tivesse ao menos insistido para que Draco voltasse pra mesa...

Harry podia ver o sol se pondo, vermelho-sangue, na linha do horizonte. Nunca se sentira pior na vida. Se ao menos houvesse alguma coisa que pudesse fazer. Qualquer coisa....

Porque Draco estava do seu lado, e ele deixou-o ir.

— Harry — chamou Aurora com voz rouca.— Será que ainda existe chance dele estar... Você sabe... Vivo?

Ele não respondeu. Seus olhos marejaram, não conseguia ver como Draco poderia estar vivo a essa altura do campeonato.

Eu poderia ter evitado que isto acontecesse.

— Sabe de uma coisa? Vamos atrás de Lockhart, dizer a ele o que sabemos e ajudá-lo se possível — disse Rony determinado.

Harry só se levantou porque queria fazer alguma coisa. Mas ainda se sentia destruído por dentro, e só se moveu quando Aurora puxou seu pulso em direção à entrada da torre. Os grifinórios, provavelmente com pena dos garotos, nem tentaram impedi-los.

Já estava anoitecendo quando apareceram na sala de Lockhart. E foram surpreendidos por Gilderoy, vestindo vestes verde-jade arrumando coisas numa bolsa.

— O senhor vai a algum lugar, professor? — perguntou Aurora, confusa.

Lockhart pareceu meio desorientado por um instante — Hm, bem... Sim, chamado urgente, preciso ir.

— E o nosso amigo? — indagou Harry desconfiado.

— bem, sobre isso, foi muito azar — disse Lockhart, evitando encara-los, enquanto abria um gaveta e começava a esvaziar o conteúdo de dentro.— Ninguém lamenta mais do que eu...

— Não fale como se ele já estivesse morto! — berrou Harry com tanta raiva que seus lábios tremulavam levemente, embora lá no fundo, sua mente traiçoeira o dissesse que talvez Draco realmente estivesse....

— O senhor está fugindo? — Ron exigiu saber, apertando os punhos com força.— Depois de tudo que você fez nos livros...

— Bem — ele disse enquanto tirava da parede um pôster de seu próprio rosto.— Livros podem ser enganosos. Veja bem, ninguém gostaria de ler sobre um homem velho e feio que salvou uma vila de lobisomens, ou uma mulher idosa que salvou pessoas de um espírito agourento.

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