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    No dia seguinte, Marcela estava voltando de seu trabalho tarde da noite. Sua supervisora a prendeu por mais tempo que o necessário para fazer um trabalho que ela não é paga para fazer. Ao chegar em frente a sua casa, escuta uma música alta vindo da casa de Monse. Não havia ninguém na rua e não via nenhum movimento dentro da casa da adolescente. A mulher achou estranho e foi conferir. Ao se aproximar, encontrou a porta aberta e deu de cara com uma casa extremamente bagunçada, cheia de copos espalhados no chão, garrafas de bebida vazias e avistou uma menina desconhecida dormindo no sofá. Procurou Monse pela casa e a encontrou sentada no chão da cozinha bebendo uma garrafa de cerveja.

- Monse?? Você está bem?

A mulher correu para acudir a mais nova. Ela estava mole, com certeza estava bêbada e passaria muito mal por conta disso.

-Vem! segura em mim! Vamos até o banheiro, daqui a pouco você vai começar a vomitar por aí.

Dito e feito, a adolescente mal levantou e já mostrava sinais de que iria vomitar, subitamente, a própria garota se vira e vomita na pia da cozinha.

-Oiii vizinha!!!!!!!- Monse parece recuperar um pouco da consciência depois do vômito- Veio pra festa??? Pena que ela acabou, tudo por causa dele!!!- A menina apontava com raiva para a porta aberta que não havia ninguém, não tinha paciência para lidar com surtos de bêbado uma hora dessa.

    Marcela leva a garota calmamente para o banheiro e a deixa lá para caso ela tenha que vomitar de novo. A mulher desliga o som e fecha a porta da casa trancando-a logo em seguida. Viu o estado da casa e teve de respirar fundo, sua empatia a faria perder a noite ajudando uma adolescente irresponsável. A jornalista primeiro se desloca a cozinha, quando estava prestes a começar a limpar a pia, escuta alguns barulhos vindo da sala de estar, Monse estava procurando uma nova garrafa de bebida. Marcela respira fundo novamente e vai ao encontro da jovem.

-Monse, olha só, volta para o banheiro, fica esperando lá, vou levar água para você ok? - A mulher tenta deslocar a mais nova, porém ela se retém e começa a falar sem parar.

-Sabe? É tudo culpa dele, tudo culpa do César, ele está em uma gangue, ele não é seguro meeeesssmooo! Por que ele precisa reagir tão exageradamente?? - Marcela não faz ideia do que Monse estava falando mas a deixa continuar, talvez ela precise disso - Não! A culpa é do Oscar- A mulher reconheceu o nome - Se não fosse para agradar ao irmão, ele não estaria assim- A adolescente parou de falar de repente- Você acredita que ele chamou a menina nova para sair?? odeio homens!!!! - Dizia cada frase de forma avoada e um pouco perdida em seus próprios pensamentos

    A mulher olhou exausta para a adolescente, não fazia ideia que problemas a garota poderia estar passando, mas ela claramente não estava sabendo lidar com nenhum deles. Monse parece se cansar e se joga em uma das poltronas, Marcela tenta novamente levar a garota para a fora da sala, e consegue com um pouco de dificuldade, já que a menina era mais pesada do que aparentava. Quando finalmente achou o quarto dela, a pôs deitada de lado, pois caso vomitasse durante o sono, não iria se engasgar. Monse aparentava que cairia no sono rápido, então a jornalista se deslocou de volta à cozinha. A menina desconhecida ainda dormia e roncava no sofá.

    Nem entrou na cozinha e o cheiro de vômito já havia impregnado o ar. Ela procurou um balde e pegou uma garrafa d'água para Monse, deixou no quarto e checou a menina mais uma vez, estava tudo bem. A jovem tentou limpar tudo superficialmente para a casa não ficar com um cheiro ruim, achou uma vassoura e panos e foi a faxina. Sempre ia no quarto checar a garota, a qual vomitou mais 2 vezes naquele balde e tomou muita água. O que deu mais trabalho foi o vômito, Marcela sentia um enorme nojo de limpar aquela pia vomitada, mas no final conseguiu. Enquanto limpava, a moça encontrou o celular de Monse que tocava sem parar, era o pai da menina que ligava. Marcela pensou que o pai deveria querer saber como a filha está, então atendeu a ligação.

Exposed| Looking for a better world| - Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora