Exposed| Looking for a better world| - Oscar Diaz

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O bairro estava um caos. O clima de tensão nas ruas era palpável. A todo momento um carro antigo, que agora ela sabia que era uma das marcas das gangues, passava e ninguém sabia ao certo se pertenciam a um profeta ou a um santo. Apenas tinham uma coisa na cabeça "se não fosse verde, sabiam que estavam "seguros". Algumas vezes se via um carro da polícia, mas quase não acontecia.

Marcela estava mais animada do que nunca, seu jornal estava dando certo, a notícia gigante que fez sobre o estupro, ataque, descaso policial e os protestos pelos grafites ganharam repercussão entre os moradores e fora do bairro. A mulher continuava a postar freneticamente outras notícias relacionadas ao bairro sem parar. A biblioteca abriu um novo stand para livros infantis e estava com uma caixa para doações e uma lan house abriu de repente. Mas essas eram notícias que não chegavam aos pés da que publicou por último. Os grafites deram resultado. Pelas ruas começaram a surgir diversas pichações onde, claramente mulheres, estavam expondo seus agressores, por todos os muros tinham "Javier is a predator", "Prophets are rapists", " 'Silly Boy' fucks little girls". Muitas pessoas haviam sumido misteriosamente, fugindo das punições, alguns boatos circulavam de que vários homens foram pegos e estavam sendo torturados em algum lugar, ou provavelmente mortos. Marcela estranhamente não se sentia mal por ter causado tudo isso.

Alguns dias após a essas situações, Spooky recebeu uma ligação dos seus superiores que perguntavam sobre o estupro, o que acontecera e se ele estava sabendo de algo. Ele disse que já estava lidando com a situação, mas os chefes perguntaram como uma situação tão simples estava causando tanto alvoroço no bairro. Pichações, exposição de homens, ameaças diretas contra as mulheres e a aparição de um jornal sobre Freeridge. Eles dizem que eles já tem problemas demais para lidar e que se Spooky não resolver isso logo, o peso disso iria cair sobre o gângster.

[...]

A jornalista chegou ao bairro, era extremamente tarde, geralmente chegava 20h em casa, mas já eram 23h. Marcela saiu do trabalho e teve que voltar para a faculdade, precisava adiantar um trabalho em grupo e todos insistiam em resolver tudo presencialmente. "Como se minha vida não estivesse complicada o suficiente." A garota andava pela rua abatida, ela estava tão cansada.

De súbito, escutou passos atrás de si. "Não...não...de novo não..." A mulher pegou a sua arma de choque, ela deixava no seu quadril para conseguir puxá-la a qualquer momento. Ela se apressou, agora se encontrava alerta e preparada para qualquer coisa. E também sentia medo. Uma mão tocou seu ombro de súbito, ela se virou rapidamente e eletrocutou a pessoa que estava atrás de si.

-AAAAH!- Ele gritou, se desequilibrou e caiu no chão. O homem que estava atrás dela era Sad Eyes.

- Você tá maluco???- Marcela dizia indignada- Não se chega assim em alguém no meio da noite.

- A maluca aqui é você! - Ele se levantou com dificuldade- Eu vim te escoltar e é assim que você me recebe? Eu devo estar pagando pelos meus pecados- Sad Eyes dizia para si mesmo enquanto limpava suas roupas.

-Escoltar? Eu tenho segurança particular agora?- Marcela diz de forma irônica

- Eu tenho cara de segurança por acaso?- Sad Eyes pigarreia e olha com raiva para a jovem- Estamos de olho nesses lados. Sabemos o horário de todos, principalmente os seus.- Ele mantém sua postura ao olhar para ela- Não te vimos e estávamos esperando algum sinal. Se não tivéssemos nenhum, daríamos você como morta e agiríamos logo.- Diz de forma simples- Os profetas estão rondando e apontando armas para os santos e atacando pessoas como se elas não fossem nada. Falta pouco para uma guerra estourar!- Foi direto

Marcela ficou apreensiva. "Se chegou ao ponto do meu desaparecimento ser algum tipo de ápice para eles agirem....Eu estou em mais perigo do que imaginava." Sad Eyes olhava ao redor seriamente enquanto andavam, até a latina finalmente se pronunciar.