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Marcela entrou no impala vermelho de Oscar com rapidez.

- Ele disse que estão na casa de Monse, ela mal reagiu, não está chorando nem nada. O César não sabe o que fazer - O homem disse aflito, ele sabia o quanto o seu irmão podia ser ruim quando se trata do sentimento alheio, até porque foi isso que ele mais herdou dele.

- Ela ainda deve estar em choque, não assimilou a notícia. Meu Deus e o pai dela? Foi ele que contou?

-Não, foi o marido da mãe dela. Não acho que o pai dela saiba.

Em segundos eles chegaram a casa de Monse, a brasileira saiu do carro, todavia, Oscar ficou.

-Você não vem? - A carioca pergunta

-Não, eu sou a última pessoa que a Monse vai querer ver. - Marcela concordou. O telefone do cholo vibrou. Uma mensagem. - Diz para o César me ligar se for vir para casa ainda hoje. Tenho que ir.

O chicano vai embora um pouco atordoado. Marcela respirou fundo, tomou coragem e entrou na casa da adolescente. A porta estava aberta, na sala de estar, César se encontrava abraçando fortemente Monse enquanto a garota não esboçava nenhuma reação.

-Meus pêsames Monse.

A brasileira foi até ela e a abraçou. Monse mal reagiu ao abraço.

-Seu pai já sabe?

-Não, eu não tive coragem de contar - A adolescente respira fundo.

- Quer que eu fale com ele?

- Você poderia? - A adolescente pergunta esperançosa

- Claro que posso. Vou ligar para ele! Me empresta o seu celular.

Os acontecimentos seguintes afetaram a mulher profundamente. A carioca teve de certificar que Monty não estivesse dirigindo no momento, graças aos deuses ele estava no quarto de uma pousada de estrada. Ao contar o ocorrido ao homem, Monty se calou e começou a respirar pesadamente. Marcela teve medo do homem ter um ataque de ansiedade, sozinho, do outro lado do Estado. O homem após alguns segundos perguntou como Monse estava em uma voz abalada. A brasileira o tranquilizou, disse que estava bem e com companhia. O homem avisou que tentaria voltar para a casa imediatamente e que ela enviasse se recebesse as informações do velório.

A noite se desenrolou, Monse recebeu as informações do velório e enterro e as repassou para o pai. César e Marcela não saíram do lado da garota bem por um segundo, apesar de temerem de a deixarem sufocada. A adolescente finalmente conseguiu contar mais detalhes sobre a causa da morte. Sua mãe havia se suicidado e deixado seus dois irmãos pequenos e ela para trás. E a pior parte era que a mulher havia ligado para a filha momentos antes do suicídio, no momento em que ela, bêbada, brigava com Oscar. A jornalista não fazia ideia do que a menina estava sentindo e não sabia o que dizer para consolá-la, apenas ficou ali, dando apoio.

Monse convidou a moça para o velório. A brasileira, apesar de odiar os enterros, aceitou o convite. Não sabia se o pai da menina chegaria ali a tempo.

Marcela e César se deitaram com Monse para assistir algo e distraí-la, e acabaram dormindo na cama com ela. Na manhã seguinte o trio acordou com o barulho da porta da frente abrindo. Os três se levantaram assustados e se entreolharam amuados. Subitamente, alguém abre a porta. Era Monty. Eles suspiravam aliviados. Ter sua casa invadida era um medo que se tornou comum para o grupo. A jovem e o adolescente saem da casa, Monse e o pai precisavam de um tempo sozinhos. César se despediu da brasileira , voltou para casa e a mulher voltou para sua casa.

No momento que entrou, ela se jogou no sofá. Era impossível ter um dia de descanso completo. A moça escutou o alarme de seu celular tocar na cozinha, se arrastando, a moça foi até ele e o desligou. Ao lado do telefone um bolo de dinheiro. 50 mil dólares. A latina suspirou e checou suas mensagens para se distrair.

Exposed| Looking for a better world| - Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora