Exposed| Looking for a better world| - Oscar Diaz

|28|

Na manhã seguinte, Marcela acordou em sua cozinha. Ela se ajeitou na cadeira apertando os olhos, se acostumando com a luminosidade. Quando seu cérebro carregou, tomou um susto. Oscar a encara fixamente.

-Pelo amor de Deus, homem! - A jovem se espreguiça, bocejando. A jovem passa a mão em seu rosto tentando limpar a baba seca. - Por que você ainda está aqui?

Por um segundo, o chicano não soube o que responder.

- Vai publicar o artigo quando? - O cholo perguntou com uma expressão impassível.

- No horário de almoço. Foi isso que Cuchillos mandou - Spooky concordou com a cabeça - Eu vou ver se consigo convencer o Kevin a te aceitar depois de ter faltado sem explicações ontem.

A brasileira tinha esquecido completamente do emprego que o gângster conseguiu para ela.

- Por favor! Inventa qualquer desculpa! Diz que alguém passou mal e eu tive que levar para o hospital, algo assim. - Oscar concordou com a cabeça, se levantou para sair dali, todavia parou.

- Sad Eyes falou com você? - A mulher franziu o cenho

- Não! Por que ele falaria? - O homem fechou a cara, concordou com a cabeça e começou a andar até a porta, Marcela correu para impedi-lo

- Ei!

A jovem se aproximou do homem

- E a outra caixa de documentos? O que você fez com ela? - O rapaz ficou em silêncio por alguns segundos.

- Era uma ameaça para você. Nada para ser publicado. E tome cuidado com aquilo, Cuchillos já deve saber que você não está mais com seu telefone.

- Mas o que-

Marcela não conseguiu terminar a frase. Oscar se adiantou e saiu da casa rapidamente antes que a moça pudesse pará-lo

De volta à cozinha, a jovem notou uma pequena sacola em cima da mesa. Era impossível aquilo estar ali desde que acordou. Intrigada, ela abriu o pacote e o que tinha dentro a impressionou. Um celular. Um dos modelos mais novos no mercado.Agora ela entendia a última afirmativa do gângster. Ansiosa, a carioca ligou o celular e viu que tudo já estava configurado. Havia apenas 2 números na lista de contatos. Spooky e César.

Demorou alguns segundos para a mulher digerir tudo. O gângster, simplesmente, em menos de 6 horas, durante a madrugada, conseguiu um telefone novo para ela após jogar o dela pela janela por "estar grampeado". Aquele homem era doido e perigoso, mas certamente impressionante.

Durante a manhã toda, a jovem não conseguia tirar o líder dos Santos da cabeça. Os presentes, o abraço, os sorrisos, até mesmo as brigas traziam uma certa ansiedade para ela. Entretanto, era uma ansiedade diferente do que sentia nos últimos dias. Não medo ou o pressentimento de algo horrível prestes a acontecer. Era algo diferente.

A carioca também não conseguia entender o homem. Oscar brigava com ela, a tratava com desprezo e fazia ameaças sempre que podia, mas ainda sim, não importava o que, ele sempre a protegia, sempre a ajudava. E apesar de ser nítido que havia um certo, sejamos sinceros, um GRANDE clima entre eles. Ela sabia que nada podia acontecer entre eles, todavia , era certo que ela ansiava por algo e o gângster também.

A jovem se desfez rapidamente de seus pensamentos. Estava morrendo de fome e não havia praticamente nada em seu armário. Ela precisava ir às compras, mas não tinha dinheiro para isso. Era fim de mês, seu auxílio da faculdade sairia apenas nas próximas semanas e não tinha recebido resposta de nenhum dos lugares em que enviou currículo. A jornalista não sabia mais o que fazer. Nem ao menos conseguiu trabalhar no campus da faculdade ( o que diga-se de passagem, qualquer otário conseguia). E ela não sabia se realmente receberia algo de Cuchillos por seus trabalhos. Se fosse para se juntar à gangue, que, pelo menos, recebesse de acordo.