Exposed| Looking for a better world| - Oscar Diaz

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Marcela estava imóvel, a presença de Cuchillos a fez estremecer. A mulher a olhava com um sorriso ameaçador no rosto.

- Linda casa! - O seu tom de voz era calmo

- O que quer aqui? - A moça perguntou alarmada

- Não vai me dar boa noite? Grosseria sua.

- O que você quer? - Ela repete, tentando

- Vim te parabenizar pelo bom trabalho, seu artigo ganhou mais repercussão do que eu esperava. Eu sabia que apenas você poderia transmitir as coisas bem, mas desse jeito? A forma que você escreveu foi tão subjetiva, tão emocionante! E seus antigos artigos denunciando os profetas? Nossa, são a sensação do momento!

A mulher gesticulava animadamente com a faca na mão.

- Ah e, espera. Não vai me dar parabéns pela minha candidatura? - A jovem ainda estava assustada e não respondeu - Ah você ainda não sabe? Ah é mesmo, você se livrou do seu celular por medo de estar grampeado - Cuchillos gargalha - O engraçado era que realmente estava! Spooky realmente consegue ser inteligente! - A mulher disse com escárnio

A mulher sorri novamente e aponta a faca que segurava para o lugar ao seu lado no sofá.

- Vem, senta! Temos que conversar!

Marcela se aproxima aos poucos e se senta, não iria desobedecer uma psicótica com uma arma.

- Por que não me disse que você não tem nada para comer meu amor? Deveria ter me dito, eu te pagaria mais cedo - Cuchillos pega de seus pés uma maleta e a põe no colo da brasileira - 50 mil. Saiba como gastar.

A carioca não conseguiu dizer nenhuma palavra. O que ela poderia dizer? Obrigada? Vai embora? Não me mate, por favor?

- Aah, está emocionada não é? Não se preocupe, tem muito mais de onde esse veio!

Cuchillos sorri e passa a ponta da faca no nariz da jovem como se estivesse brincando com um bebê.

- Pegue seu notebook meu amor! Você vai mostrar ao mundo quem aquele pedófilo é!

Marcela prontamente obedeceu. Sem hesitar foi ao seu quarto, pegou seu notebook e todos os documentos. No momento em que saiu do cômodo viu que Cuchillos agora estava sentada à mesa da cozinha a esperando, a faca entre os dedos e o bolo de dinheiro na mesa. A jornalista colocou os objetos sobre a mesa e se sentou.

- Quero explorar o seu potencial, minha querida. Eu te dei todos os documentos que eu tenho do governador e você vai usar cada um. Faça o que quiser com eles, publique da forma que quiser. Eu quero ver o que você pode fazer!

Um sorriso sádico surgiu no rosto da gângster. Ela girou a faca entre seus dedos.

- Vamos, comece! O que está esperando?

Sem pensar duas vezes, Marcela se pôs a escrever. A brasileira estava apavorada. O que ela faria? Teria que impressionar Cuchillos e se não o fizesse, ela não saberia o que poderia a acontecer. Por horas a carioca ficou em frente ao notebook com Cuchillos observando cada movimento seu. A jornalista escreveu textos e textos, digitava, apagava e reescrevia. Estava assustada, sua mente estava a milhões. Uma mulher a ameaçava, ela tinha 50 mil à sua frente e escrevia sobre o tópico mais delicado possível.

A moça se pôs a pensar, ela tinha que usar todos os documentos mas não poderia expor as vítimas, eram apenas crianças, seria desumano. Ela separou todos os documentos relacionados às vítimas em diferentes colunas. A jovem tinha um plano. Marcela terminou de escrever, notou a casa mais clara, então olhou pela janela e viu que estava amanhecendo, ela mirou Cuchillos. A gângster ainda se mantinha imponente na cadeira, a olhando penetrantemente.