Capítulo 21 || Train Wreck

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Você pode dizer o que quiser
Não diga que eu não morreria por você
Eu estou de joelhos
E eu preciso de você para ser meu Deus
Seja minha ajuda, seja um salvador que pode

Remendar o que foi quebrado
Desdizer estas palavras ditas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Desfazer as cinzas
Desencadear as reações
Eu não estou pronto para morrer, ainda não

Train Wreck - James Arthur

══════ •『 ♡ 』• ══════

📍Barcelona, Espanha.
🕐11 de abril de 2023.

'🦋Kimberly Hernández pov.

Estava caminhando por corredores do hospital aqui de Barcelona desesperadamente, como se eu fosse um fantasma. Ninguém me ouvia, ou me respondia, parecia que eu simplesmente não existia e aquilo me sufocava, me deixava agonizada.

Passava de porta em porta, procurando por algo que eu nem sabia o que era. O que eu estava fazendo aqui? Isso era minha maior incógnita.

Dizem que quando morremos nos sentimos mais leves e começamos a vagar por aí, como espíritos, como se fosse em outro plano onde há apenas vibrações, ninguém nos ouve, ou nos vê, mas estamos ali, e era exatamente como eu me sentia naquele momento. Será que eu estava morta e nem sabia?

Ao passar pelos locais, podia ver vidas chegando ao mundo, outras indo embora daqui e encontrando finalmente a tranquilidade.

Será que morrer seria a única forma de sentir realmente paz? São tantas perguntas.

Passei por mais uma ala do hospital e o que mais me chamou atenção foi um calendário, ali estava marcado como 16 de janeiro de 2020. Aquilo me fez sentir um mal estar inexplicável.

Aquele dia, meu aniversário, foi onde ocorreu o meu pior trauma de todos, que jamais esqueceria e que me traria consequências eternas, cicatrizes internas que nunca mais seriam curadas e sim, apenas cobertas por acontecimentos felizes e temporários.

Mas por que eu estava vagando pelo hospital de Barcelona, sendo que, nessa data eu estava no Brasil?

Vi uma movimentação diferente pelo hospital, os médicos e enfermeiros entravam correndo dentro de um quarto específico. Naquele instante, senti uma dor insuportável em minha cabeça, como se tivesse batido com toda a força do mundo na parede. Cai de joelhos no chão e gritei de dor, mas ninguém podia me ouvir, eu estava ali sozinha e continuaria assim.

Tentando me recuperar, me levantei com dificuldade, fui me apoiando pelas paredes do corredor e parei em frente à porta do quarto, o que eu vi foi desesperador e me fez gelar da cabeça ao pé, poderia dizer que iria desmaiar, mas me manti firme.

Era Gavi, estava deitado na maca, coberto por aparelhos. Médicos e enfermeiros tentavam reanimar o garoto que tinha os batimentos cardíacos alterados.

- Não garoto, você não pode nos deixar! - O médico dizia, quase gritando, tentando fazer de tudo para que o pior não acontecesse. -

Me aproximei dali e encarava aquilo incrédula, isso não poderia estar acontecendo, isso não era real, ele não vai morrer, ele não pode morrer.

Mas o meu maior medo e desespero do momento aconteceu, o som que sinalizava a parada dos batimentos ecoou pelo quarto e todos ali suspiraram frustrados, com os olhos cheios de lágrimas.

- Hora do óbito, 10:55. - Um dos enfermeiros que checava o relógio dizia.

Não, isso não poderia estar acontecendo.

𝑩𝑳𝑰𝑵𝑫 𝑪𝑯𝑶𝑰𝑪𝑬𝑺 - 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒊 & 𝑮𝒂𝒗𝒊 Onde histórias criam vida. Descubra agora