Capítulo 23 || Não confie em ninguém

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📍Barcelona, Espanha.
13 de abril de 2023, 19:30.

'⚽️Pablo Gavi pov.

Abri meus olhos aos poucos, me acostumando com a luz do local que estava. Não lembro certamente do que aconteceu, mas parece que dormi a dias. Olhei para os lados e não demorei a perceber que estava em um hospital, pude ver Kimberly dormindo sentada em uma cadeira que estava ao lado da maca que eu estava.

Meu corpo estava leve, talvez seja por conta dos analgésicos e anestesias que provavelmente tive que passar.

Única coisa que eu me recordo foi daquele carro me perseguindo, quem era ele e por que? Acredito que tenha sido o momento mais desesperador da minha vida e espero nunca mais ter que passar por isso de novo.

Tentei me ajeitar mas fui falho, meu corpo doía quando eu me mexia, então, decidi ficar apenas quieto na minha. Não iria acordar Kimberly, ela parecia dormir igual um anjo, mas um anjo cansado. Seus olhos estavam fundos e era notável pequenos machucados em seu rosto, bem abaixo dos olhos, acredito que tenha sido de tanto chorar, e isso me dói tanto, ter feito ela sofrer; obrigada Deus por não ter me levado e acabar deixando ela sozinha.

Quando menos esperei, a porta do quarto se abriu e uma enfermeira adentrou o local, sorrindo ao me ver acordado.

- Olha só quem acordou! Você estava desacordado a 2 dias. - Se aproximou de mim com uma prancheta e começou a anotar algumas coisas, logo me examinou de diversas formas.

Nesse instante, Kimberly abriu os olhos aos poucos de forma sonolenta mas logo os arregalou ao me ver acordado, ela entrou em choque? Ou era emoção?

- Pablo! Você acordou, você está bem! - Se levantou da cadeira que estava em um pulo e se aproximou mais da cama, indo até mim e fazendo um carinho delicado em meu rosto.

- Vou deixá-los a sós. Seus pais e amigos estão ali fora, Gavi, vão ficar felizes em saber que acordou. - A enfermeira disse e saiu ali do quarto, me deixando sozinho com Kimberly.

- Eu fiquei com tanto, tanto medo de te perder, Gavi. - A garota falou com a voz embargada, com os olhos cheios de lágrimas prontas para escorrerem.

- Eu estou aqui, bebê. Não chora, por favor. - Levei minha mão até a dela que estava em meu rosto e fiz um pequeno carinho na mesma. - Eu estou bem, juro.

Foi apenas falar isso e ela desabou em choro, odiava ver ela assim, mas talvez fosse apenas alívio e também não iria repreende-la por isso.

- Shh, você não me perdeu, está tudo bem, eu tô aqui e já passou o pior. - Falei baixinho e apenas vi a garota concordar com a cabeça, tentando se acalmar.

Peguei em sua mão e parei para analisar a garota, tinha um curativo em seu braço. Aquilo me preocupou de certa forma, o que tinha acontecido? São tantas perguntas, eu estou tão confuso que me deixa louco.

- O que aconteceu com seu braço? - Questionei preocupado e pude ver a garota sorrir sem mostrar os dentes.

- Eu fiz uma doação de sangue. - Respondeu de forma orgulhosa de si.

- Sério? Que legal! Você é realmente uma heroína. Para quem você doou? Ou foi algo tipo, de campanha? -

- Eu doei para você, Gavi. Você precisava para realizar outra cirurgia e não tinham estoque aqui no hospital. -

Naquele instante, fiquei paralisado, não sabia como reagir ou o que falar a ela, nada, nenhuma palavra seria suficiente para dizer a gratidão, orgulho, felicidade que estou sentindo. Ela me salvou, era literalmente uma heroína, eu tinha uma mulher maravilha ao meu lado e aquilo era uma sensação de outro mundo.

𝑩𝑳𝑰𝑵𝑫 𝑪𝑯𝑶𝑰𝑪𝑬𝑺 - 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒊 & 𝑮𝒂𝒗𝒊 Onde histórias criam vida. Descubra agora