Parasitário

Capítulo 1

Dizem que toda gestação é uma dádiva de Deus,uma benção divina, dizia-se também todo minuto acordada de madrugada passaria a ser amada incondicionalmente.

A gravidez de Mitsuki foi planejada,ela e o marido Masaru tentaram por longos meses até que conseguissem engravidar.No chá revelação foi uma grande alegria e alvoroço, principalmente por Masashi, quando descobriram que iriam ter um menininho, Milena se sentiu desconcertada pela animação exagerada do marido ao seu lado que pulava de braços erguidos dando graças a Deus.

Eles dois decidiram o chamar de Karl em honra a tradição das Ororonoa's,o bebê era saudável,pesava três quilos e meio e não parava quieto.

Era estranho o modo como ele parecia alternar de humor,por alguns momentos ele chutava e se movimentava como se quisesse sair dali e em outros ele não se movia.Como se não estivesse ali,Masaru brincava dizendo que provavelmente estava tramando o próximo chute mais dolorido da vida de Milena na tentativa de confortar a esposa.

Certo dia,em mais um exame de ultrassonografia rotineiro, Milena de trinta e cinco semanas de gestação foi recebido com uma notícia terrível.

Ela estava na maca tentando regular sua ansiedade,sempre fora assim desde o início da gravidez,temendo que fosse encontrar algo de errado com seu bebê.Notando as feições estranhas que a médica ao seu lado ela disse.

-Tem algo de errado Doutora?-ela está apreensiva.

A médica parecia com receio de dizer,mas quando as palavras foram despejadas dos lábios da doutora seu mundo caiu e ela nunca desejou tanto ser surda;"Está aparecendo aqui que a senhora nunca esteve grávida.",o coração de Milena pulou uma batida e ela se sentiu anestesiada.

Quando a médica saiu ela foi embora, praticamente fugindo e negando tudo o que ouviu.

Ela jurou nunca mais voltar naquele hospital.

Meses se passaram,ela estava nervosa e se fosse verdade?e se ela nunca estivesse ficado grávida?ela estava cansada e paranóica,as mãos subiram para acariciar o ventre volumoso.

-Poxa bebê, eu não acredito que passei essa gravidez toda alucinado e conversando com o nada.-ela riu de nervoso.

Um chute veio em resposta,ele parecia ofendido e ela pediu desculpas
baixinho. Semanas vieram e nada.

Quando iria completar a sexta semana ela sentiu algo,um chute tão forte que foi capaz de tirar sua alma,ela se apoiou na bancada da cozinha onde preparava o jantar e um líquido transparente escorreu pela sua perna esquerda como urina.

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O som fino em seu ouvido a deixou desorientada,sua visão estava distorcida e horrível,sons estranhos,ela sentiu algo macio escorregar pela vagina,ela sentiu como se sua perna estivesse se deslocado e a dor tinha se desaparecido,os médicos chamavam pelo seu nome.

O som estridente da voz do pequeno foi no fundo dos seu ouvidos,a luz forte do hostel machucava sua vista,tudo que ela queria era que aquele inferno acabasse.

Ela mal olhou para o rosto do bebê nos dias que se passaram, só quando voltou para casa ela teve mais contato com o recém-nascido,as vezes ela não suportava estar no mesmo cômodo que o bebê,outrora ela sorria e fazia palhaçadas para o mesmo.

Por uma tradição de família o casal faria o batismo de Karl na mesma igreja em que ela pertencia ao pai de Masashi,Milena tentou contrariar o Marido alegando que o filho era novo de mais para tal pois Karl possuía apenas quatro meses de vida,Masaru pareceu ceder a opinião da esposa, suspirando em resposta.

No próxima dia ela perceberia ter sido enganada pelo mesmo quando o pequeno seria batizado após o marido blefar ao dizer que seria apenas uma missa rotineira dos domingos.

Karl o lindo bebê de olhos escarlates só pararia de chorar ao perder as forças para o fazer e adormecer nos braços da Mãe,a Mãe que carregava o gosto amargo do desapontamento pelo comportamento mesquinho do marido mais uma vez.

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O que vocês acharam?digam e deixaram essa pessoa muito mais feliz!