Essa é uma história, uma história sobre um jovem rapaz que almejava, acima de tudo, paz. Paz para os amigos, para os entes queridos, para si próprio, até, para o mundo, que ele julgava perdido.
Naquela noite o loiro não dormiu. Antes de se deitar ele deixou os estudos de lado, imaginando milhares cenários para o dono do grito estridente, e se ele tivesse sido sequestrado? Ou morto em frente a sua própria casa? Com isso o Katsuki não pregou os olhos a noite inteira, agora, tinha o seu olhar vermelho voltado para a cortina de blackout que cobria a suave luz da manhã, manhã essa que já começava a clarear os céus com o seu vivido laranja, o loiro não se lembrava de ter acordado, tão pouco de quantas horas ele havia gastado perfurando a cortina com o olhar.
O relógio digital em sua mesa de cabeceira apontava as cinco e quarenta, e ele já deveria estar pronto para comparecer a sua universidade, em sua mente ecoava a conversa que havia tido com o seu tio Aryato semanas atrás, antes de seu aniversário.
Com suas mãos dentro de sua jaqueta de couro negro lá estava Katsuki percorrendo o corredor da casa onde ele havia passado a maior parte de sua infância, ele ia rumo ao escritório, para encontrar seu tio. Por mais que ele nutrisse tamanha ojeriza por membros de sua família, algumas pessoas ele mantinha um certo carinho.
E o loiro estava em sua cadeira igualmente de couro, mas, diferente de sua veste ela era marrom, Katsuki se aproximou, apontando um olhar desinteressado ao mais velho, que ao perceber sua presença abriu um sorriso amigável, seu olhar assim como os de Katsuki eram vermelhos, sendo assim ele se permitiu refletir se estes olhos vermelhos vibrantes não eram uma maldição que sua família era fadada a lidar, cada um carregando uma história que se contada, os olhos do ouvinte se tornariam poças de água.Naquele olhar sereno e amistoso de seu tio Katsuki se deixou levar pela leveza daqueles olhos, Katsuki deu mais alguns passos adiante, até estar escorado na mesa de madeira refinada, cruzando os braços em frente ao torso o loiro notou a papelada, era um novo caso de desaparecimento, naquela vez era uma menininha, em seu olhos podia se ver a doçura que ela possuía.
"–Outra criança desaparecida?"
"–Sim mas, desta vez é uma menina. Sempre teve casos de desaparecimento em Edenringpool mas agora estão mais recorrentes"
Katsuki molhou os lábios, suspirando de um jeito pesado.
"–Não vejo motivo pra alguém fazer isso."
"–Para nós Katsuki, não existe motivo plausível, mas para o responsável sim. É nessas coisas que eu tenho que trabalhar, e você também garoto, não deixe que ninguém contrarie seus motivos mesmo que te achem um monstro por isso."-sua voz mansa acariciou seus ouvidos, ele guardaria o conselho para sempre.
{___}
A escova embebida da pasta de dente desolvida trabalhava atrás dos dentes incisivos de Katsuki, logo após seguiu para varrer a língua, e assim sua boca foi inundada, em seguida a água de sua boca fora despejada na pia branca, ele encarou o seu rosto no espelho, marcas de espinhas antigas sobre a sua derme a marcavam como cicatrizes, mas não eram o suficiente para embaçar sua extrema beleza, sendo assim ele foi até seu armário, ele avistou a jaqueta de couro que seu tio havia lhe presenteado adiantadamente e resolveu usá-la.
Prontamente ele foi até a cozinha, em seu relógio de pulso marcava às seis e sete, o portão se fechava somente às sete e trinta, não faria mal chegar vez ou outra atrasado, sorvendo de seu desjejum com um sorriso no rosto ele sentia que aquele dia seria bom, o universitário olhou em seu relógio novamente, seus olhos se abriram ao se atentar as horas; seis e quarenta, ele se apressou em jogar a louça na pia, indo direto para a garagem, infelizmente tendo que voltar por esquecer de pegar seu material, Katsuki entupiu sua mochila dos livros espalhados por sua mesa de estudos, correndo e se atrapalhando em seus pés, quase o fazendo cair para ir até a garagem e subir em sua moto.
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Parasitário
FanfictionEra uma vez um jovem peculiar que vivia em uma estranha cidade. Certa noite,em uma boate famosa ele encontra um par de olhos escarlates lhe dissecando,uma criatura demoníaca, fadada a se alimentar de vitalidade alheia e se envolver com a tal o tomar...