Capítulo 31

14 1 0
                                    

Ao se encontrar com a família a energia brincalhona e serena que o amigo trazia à Katsuki se esvaiu, só de ver toda a família reunida tanto por parte de materna tanto por paterna o semblante do loiro se transformou em asco. Caminhões carregando quilos de areia tombaram seu conteúdo em cima do universitário que sentiu a mente delirar de cansaço, ao subir no iate ele sentiu vontade de pular no mar onde se encontrava, o iate era luxuoso e parecia extremamente caro, grande o suficiente pra caber dezenove ou mais pessoas no lugar.

Nele havia cabines pequenas que serviriam de quarto para uma viagem de vinte e oito horas, obviamente o loiro não se importaria de passar as próximas horas enfurnado no espaço de quatorze quilômetros quadrados mas sua querida mãe exigiu que ele saísse ao menos para se alimentar, e, assim Katsuki deixou o mecbook de lado para ir até o lado de fora, ele já estava começando a sentir as dores da fome também, pois pelo visto ele não se recordou de alimentar a si na noite passada.

O loiro atravessou a porta que deslizava, a manhã estava discreta e sorrateira, o sol se levantava no horizonte tocando o mar o fazendo vibrar, Bakugou comprimiu os olhos ao cometer o erro de olhar direto para a estrela, descalço e de pijama com estampa de pequenas caveiras ele andou pelo chão de madeira do corredor, ao longe era possível ouvir vozes e risos dos familiares, quase colocou a alma para fora quando um golfinho resolveu pular para fora da água e submergir na mesma em sua brincadeira, Katsuki xingou o pobre animal de tantas maneiras que ele mesmo sentiu pena do bicho.

Agora realmente estava sem nenhuma vontade de ir se sentar com a família, mesmo assim o loiro foi assim que ouviu a barriga roncar como algumas horas atrás, pode ver a família reunida na mesa ao descer as escadas de cor escura, no alto mar o iate se balançava suavemente, só de ver os rostos dos primos o loiro revirou os olhos com desgosto, a verdade que se todo mundo se identificasse com o sangue do seu sangue Caim não mataria Abel, todas aquelas cabeças de fios tão castanhos quanto as íris nos olhos não o representava.

Houveram tempos que os olhos vermelhos eram sinônimo de bruxaria, tão famosa a história que o gene passou a ter uma origem, a igreja contava que a muito tempo atrás um dia uma mulher foi enganada e ludibriada pelos encantos de um anjo caído, aquele que pereceu junto à Lúcifer em sua queda. O anjo se deitou com a moça, implantando um par de seus muitos olhos no ventre dela, assim a mulher gerou duas crianças, duas meninas. Que vieram a ter seus olhos num tom de vermelho.

Uma maldição. Inquebrável. Seria possível? Uma maldição impossível de quebrar?

Perguntas sem respostas pensou o loiro, Katsuki se sentou junto aos outros, sua presença foi notada é claro mas logo eles voltaram a falar e conversar entre si, e foi assim ao longo do café, mesa estava linda e cheia, com isso o universitário de empanturrou de comida a seguiu para o seu quarto ao se satisfazer, os antigos poderiam dizer que dormir de barriga cheia não era uma boa opção, mas, Bakugou não estava afim de dar ouvidos aos mais velhos no momento.

Assim, Katsuki caiu no mais profundo sono, a luz dourada vinda janela adentrava o quarto iluminando o rosto angelical do loiro, sua face adormecida poderia até se assemelhar aos anjos barrocos que eram feitos, mesmo que acordado o loiro pudesse demonstrar ser o contrário, mas não seria só o sol encantado com a doçura nos detalhes do rosto de Bakugou, risonhas e sapecas os corpos pequeninos do que se pudia julgar como fadas sobrevoaram o rosto de Bakugou, em uma roda elas dançaram nos sonhos dele, dando a eles um toque de suavidade e acalento, os seres azuis desenharam os sonhos do estudante como os mais maravilhosos que ele já tivera, ele até sorriu em meio a um desses sonhos, mais infelizmente sua valsa foi interrompida.

Mitsuki entrou no quarto levando uma das bolsas de Bakugou que havia sido confundida com a do primo por ser igualmente de academia, ela não teria de ter ido lá de o rapaz estivesse ouvido o pai falar que ele deveria ir buscar sua bolsa, mas o jovem parecia estar com a mente em outro lugar pelo visto, Mitsuki deixou a bolsa no pé da cama suspirando e acenando com a cabeça em negação, a mulher parou e observou o filho dormir calmamente, a loira sorriu e derramou seus lábios em um beijo terno na testa do filho lhe desejando bons sonhos.

Quando Katsuki acordará a família já estava reunida na ponta do iate, era possível ver de longe a grande casa brilhando e praticamente chamando todos para entrar, ao lado havia outros iates, alguns até barcos, todos indo em direção ao casarão, não eram muitos, deveriam ter uns seis em volta de Bakugou e assim o loiro percebeu que era hora de retirar aquele pijama e se juntar à família.

-----𓆈-----

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Parasitário Onde histórias criam vida. Descubra agora