Capítulo 18

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    –Ok. 'Tá tudo ok. Tá tudo ok Katsuki.              Katsuki...

O loiro tentava a todo custo não surtar enquanto enchia um pote feito de vidro com álcool⁶⁰, suas mãos tremulavam no gesto e pareciam fracas demais para segurar o frasco, o loiro se sentiu vigiado, como se a qualquer momento algo ou alguém fosse o apunhalar pelas costas.

Ao lado do pote de picles tinha o bou com o tal feto e em sua frente o seu nootbook ligado estava em uma página de um artigo sobre fadas, após encher o pote de álcool⁶⁰ ele jogou o feto dentro do líquido que o manteria inteiro por algum tempo.

O loiro se sentia prestes a surtar e ele sabia que não podia. Ele guardou os ovos em sua gaveta de cuecas, por algum motivo Katsuki sentiu que era um bom lugar, ele ainda tinha as suas dúvidas quanto ao feto, o universitário não sabia se era só um feto de ave deformado, por isso ele ligou para Shinsou, dizendo que ele deveria o encontrar no carro Dominus de última geração de seu pai.
Ao ouvir o som de uma buzina o loiro saiu com uma blusa preta sobre a  cabeça na chuva, um relâmpago iluminou a rua no momento em que ele entrou no carro carregando uma mochila.

–Oi..-ele disse ofegante.

–Eaí.-Shinsou disse com o cenho franzido, aos seus olhos Katsuki parecia assustado.

Katsuki olhou nos olhos roxos do amigo, buscando coragem para o que iria dizer, os lábios vermelhinhos se abriram para falar, mas, o loiro foi surpreendido ao ver um rosto no vidro embaçado, o seu coração pareceu ter parado por um instante.

–Shinsou!-o chamado pareceu intalar na garganta do loiro.

O arroxeado rapidamente se virou para trás, arregalado os olhos em espanto ao ver a silhueta escura de um rosto na janela, o arroxeado rapidamente apertou o botão de partida automática do painel à sua frente, uma sensação ruim começou a tomar conta do loiro, uma guerra silenciosa se infiltrava nas entranhas de Katsuki e isso o deixava desesperado, Shinsou ao seu lado não estava diferente, o peito do arroxeado subia e descia conforme a sua respiração acelerada, o loiro deslizou a destra na testa suada, desejando que aquilo fosse só mais um de seus sonhos estranhos que estava tendo ultimamente.

–Eles voltaram.-Shinsou disse, o seu tom de voz era indecifrável.

–Não tem como, e-é impossível, improvável.-o loiro gaguejou de nervosismo.

–Katsuki.-soou sério, e o loiro levou as íris ao rosto alheio para o encarar.–Não dá pra negar.

–Não você não 'tá entendo. Eu não posso viver aquilo de novo! Era pra gente esquecer isso!!

Katsuki encarou o painel de vidro recebendo gotículas de água, ele estava surtando, o loiro sabia que não estaria pronto para passar por tudo que passou isso era certo. Sem nem perceber gotículas de água como as que estavam no vidro à frente escorreram pelo rosto do loiro, ele sentiu os braços de Shinsou rodearam os seu corpo, e por momento o loiro se deixou vulnerável, deixando a mente ser consumida pela sensação de fadiga.

O loiro fungou e limpou as lágrimas com as pontas do dedos, ele buscou em sua mochila um pote de picles sem o rótulo, Shinsou olhou intrigado para aquele pote de vidro quando ele foi erguido em sua direção, mas quando ele viu o conteúdo seus lábios formaram um círculo de surpresa perfeito.

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Katsuki despejou leite no recipiente com cereais, e se aproximou do arroxeado que estava sentado com o rosto enfiando em seu microscópio, o loiro pôs uma colherada de cereal na boca mastigando em seguida, estava no quarto do arroxeado, onde tinha vários quadros e pinturas elegantes, a televisão do arroxeado estava ligada e nela estava passando uma reportagem que chamou a atenção do loiro.

–Nesses últimos séculos o surgimento de um mineral veio ficando mais frequente. Os cientistas acreditam que o maior surgimento deste super condutor pode causar danos irreversíveis a Terra.-a repórter morena falava com a típica cara de esfinge.

–Yep, isso não é uma galinha deformado.

–Não sei se isso é bom ou ruim.-o loiro disse com a boca cheia.

–Por um lado é bom e por outro eu não sei. Só sei que nada sei.-a resposta fez o loiro dar uma risadinha.–Mas olha, você disse que encontrou isso aqui num ovo?-ele girou em sua cadeira ficando de frente para o loiro.

–É. Um ovo um pouco azul.-Katsuki encheu a boca com outra colherada de cereal.

–Mas tipo, azul azul ou só meio azul?

–Era azul ué.-o som saiu abafado da boca do loiro.

–Tá mas tipo o quanto de azul entendeu?

–Mas isso vai agregar em que porra?!-ele já tinha perdido a paciência.

–Ah sei lá.-ele deu de ombros, jogando todo peso do corpo na cadeira.

O loiro universitário se afastou para sentar na cama, ele comia o seu cereal assistindo à Tv que passava o segundo filme da franquia de Pânico.

–Aí Kit-Kat, você está saindo com um ruivo?

O loiro sentiu o cereal entrar pelo buraco errado quando ele engoliu, precisou tossir para enviar o alimento para o lugar certo, o arroxeado encarou aquilo como um sim subentendido.

–Por quê você acha isso?-ele tossiu quando terminou de falar.

–Tem um fio ruivo no seu ombro.-ele disse puro e simplesmente.

Katsuki juntou as sombrancelhas com a resposta e foi logo conferir, realmente tinha um longo fio vermelho em seu ombro direito, o loiro retirou de lá o fio deixando que caísse de encontro ao chão.

–Você ainda não respondeu a minha pergunta.-o arroxeado insistiu.

–Tsc, foda-se eu estou.

O arroxeado abriu os lábios em surpresa, o loiro viu os olhos do outro brilharem e ele já sabia que Shinsou o obrigaria a contar tudo.

–Quem chamou a atenção desse homem de pedra?-ele parecia vislumbrado com a informação, a vozinha fina e arrastada que o outro fez só serviu para o irritar mais.

–Você é o meu castigo.-o loiro disse enquanto colocava mais uma colherada de cereal na boca.

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