O som dos anjos

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Hey babies! Boa leitura ;)


Mídia. A mídia tornou-se um veículo presente na vida de Lisa e no cotidiano dos outros alunos, após a polêmica explodir, pouco se falava noutra coisa, depoimentos foram tomados, dias de aula foram cancelados, Lisa não conseguia compreender o motivo de pai retornar da Tailândia às pressas, como se o mundo houvesse caído, bem, parte dele havia se ido, homenagem aqueles que tiveram suas vidas ceifadas surgiram aos montes, bem como um boato de que um mural das vítimas seria inaugurado.

Em meio ao caos em que tudo estava, Jennie Kim também odiava ter de ficar de repouso, sua mãe sempre saía para trabalhar com o coração na mão, outra coisa que Jennie Kim odiava: preocupá-la daquela maneira, também odiava coceira e qualquer tipo de contensão, entretanto, não podia mentir para si mesma e negar que não se sentia acolhida, depois de tudo o que aconteceu na escola, ela se sentia segura ali.

Sonhava sempre a mesma coisa, com Bambam a puxando as pernas e num piscar de olhos, todos estavam lá, rindo dela com chicotes em mãos que gotejavam, pingos de sangue caíam no assoalho do seu quarto.

Lisa falava com ela todos os dias pelo celular, bem como Jisoo que também estava de repouso, Chaeyoung já havia saído do seu repouso, algo que Jennie cobiçava.

Apesar dos sobreviventes que sofreram alguns machucados, daqueles que não sofreram nenhum dano pelo corpo, a sensação que continuavam a ter é de que haviam perdido algo de si mesmos naquele dia, houve um aumento nesse sentimento quando as aulas finalmente retornaram.

Os corredores ainda eram seguros? Tinha-se aquela pergunta interna que ninguém verbalizava, os culpados não estavam entre eles, nem, obviamente, as vítimas fatais e ninguém falava sobre o motivo daquela lacuna, os alunos mais pareciam filhotes de tartaruga indo em direção ao mar, hesitantes, mas ainda assim o faziam.

— É quase como retornar para a cena de um crime. — Jennie murmurou e Lisa a olhou.

— Falando nisso, você tem certeza de que recebeu alta do repouso? Está bem mesmo das costelas?

Ela perguntou-a compondo, com a própria namorada e os demais docentes, parte da massa que estava no auditório à espera de anúncios que disseram que viriam.

Quando o palco do auditório se iluminou, apareceu um rosto que pouco viam por ali, o senhor Carter, proprietário da escola, seu rosto estava sério e impassível, o segundo rosto, entretanto, pegou Lisa desprevenida, era seu pai e estava ao lado do senhor Carter, não demorou muito para que ela soubesse que ele agora detinha parte da escola, a informação fora discernida com muito esforço, Lisa achava aquele fato aleatório demais.

Além de lamentar as mortes e o ocorrido, reconhecerem as falhas em lidar com a situação uma vez que a própria direção estava envolvida diretamente naquela chacina, eles anunciaram a nova direção, ela caminhou para o palco com certeza em sua postura e os encarou com um meio sorriso em seu rosto apresentando-se como Jessi.

Algumas coisas mudariam, era perceptível, Lisa apenas esperava que finalmente fossem para o lado bom da coisa.

— Eu preciso falar com meu pai. — Ela disse para Jennie que, estava o vento pela primeira vez e apenas a viu se afastar sem se quer ter tempo de respondê-la.

Era o fim dos comunicados, todos estavam esvaziando o auditório, Lisa pôs-se na frente do pai.

— Por que não me disse? Por que não me disse que agora também é proprietário da escola?

O homem pôs as mãos nos bolsos.

— Eu não queria que isso exercesse qualquer pressão em você ou no seu caráter, mas diante do que aconteceu foi necessário, está envergonhada? Não é nada que também queira herdar? — Ele aparentava interesse em suas respostas.

Uma dose de amor para duas apostadoras • Jenlisa • ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora