19. Nem tudo o que reluz é ouro

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Lilith

No corredor foi possível ouvir, durante toda a manhã, os outros alunos murmurando de excitação pela final do torneio tribruxo que se aproximava, mas eu só sentia preocupação, assim como em todas as demais provas que Harry teve que fazer desde que foi sorteado pelo cálice de fogo.

A maioria das pessoas já estavam sentadas nas arquibancadas que ficavam de frente para a enorme parede de galhos do extenso labirinto. Quem chegou mais cedo escolheu as primeiras fileiras e os atrasados iam sentando-se mais atrás conforme chegavam. Não tinha como ver nada do que aconteceria lá dentro então o público ficaria na expectativa de descobrir o vencedor pela ordem das desistências ou pelo primeiro que voltasse com a taça.

Luna e eu ainda estávamos esperando perto do corredor por onde passariam os campeões, mesmo que não sobrasse mas nenhum lugar bom para gente depois, eu sentia que precisava falar urgentemente como Harry antes que ele entrasse no labirinto.

Demorou um pouco até que eles saíssem e assim que eu vi Harry corri em sua direção e puxei para fora da fila que ia para o gramado onde Dumbledore, os professores e o primeiro ministro esperavam

— Harry, por favor, desista dessa prova. — Eu pedi desesperada, não conseguia suprir minha própria angústia.

— Você sabe que eu tenho que participar. Magia antiga do cálice e essas coisas.

— Mas você não tem que vencer a prova, por favor, desiste assim que entrar.

— Mas eu não posso fazer isso!

— E porquê não?

— Porque... porque... eu preciso ganhar.

— Ganhar pra que? — Eu gritei frustrada com a insistência do grifinório. — Desde quando você se interessa pela glória eterna?

— Não é isso! Não sei direito, só sinto que eu tenho que ganhar. — Ele murmurou cabisbaixo. — Por que você quer tanto que eu desista?

— Algo ruim vai acontecer se você pegar aquela taça dos campeões.

— Mas o que?

— Eu não sei, Harry, juro que não sei. Por mais que eu tente não consigo me lembrar exatamente, mas sei que vai ser ruim.

Ficamos em silêncio por um tempo apenas olhando de um para o outro e desviando o olhar para os arredores quando as sensações eram demais.

— Só... por favor, me ouve dessa única vez e não vai atrás daquela taça. — Eu voltei a falar quando a voz de Dumbledore irrompeu chamando por Potter.

Ele apenas acenou e caminhou em direção aos demais participantes que estavam distribuídos pela ordem que foram sorteados, da esquerda para a direita. Assim que Luna me viu voltando, ela estendeu o braço, que eu entrelacei aos meus, e caminhamos para o jardim pela passagem do público. A maioria dos lugares estavam todos tomados, principalmente pelos alunos da grifinória e lufa-lufa, que vieram em bando para assistir Harry e Cedric jogarem.

Ron fez uma cara de desapontamento já que não tinha mais nenhum lugar disponível perto deles, mas eu acenei em um sinal que dizia estar tudo bem e procurei por outro lugar vazio nas arquibancadas.

— Achei! — Luna gritou e começou a me puxar para o lugar que estava vazio.

O único problema era: estava bem ao lado de onde o grupo de sonserinos estavam sentados. Luna cumprimentou todos eles que a receberam com um tom de voz calorosa e me olharam com expectativa e alguns com indiferença, sendo Pansy, Blaise e Draco o último grupo que estavam sentados mais atrás. Sussurrei um oi baixinho que foi respondido educamente pela outra parcela do grupo, sentada mais a frente dos demais, e me sentei ao lado de Luna na fileira da frente, com Crabbe e Goyle, de onde o grupo estava dividido.

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora