34. Um dia é da caça

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Lilith observou os trejeitos de Draco durante toda a semana. Ela não se afastou dessa vez e Malfoy não teria deixado nem se ela tentasse, o que fez com que os pensamentos na cabeça da corvinal nunca parassem.

Lilith é uma garota que pensa demais nas coisas e tende a se culpar quando algo dá errado, isso se tornou um problema tão grande que ela, inconscientemente, se castiga.

Luna já está acostumada com as mudanças de humor da amiga, no começo era difícil, mas ao longo dos anos ela aprendeu como lidar com Lili se isolando por algumas horas ou alguns poucos dias. É cansativo, a loira não vai negar, mas ela entende o comportamento evitativo da amiga porque ela também ficou assim no ano seguinte à morte da mãe.

Esse comportamento de Lilith já rendeu algumas discussões com Gina no passado. A grifinória não entendia o porquê Lili iria se autossabotar desse jeito, quando ela tinha os amigos para lhe ajudar. Lilith poderia chegar até qualquer um deles a qualquer minuto e eles estariam lá por ela. Harry parecia ser o único que entendia um pouco a cabeça da corvinal. Mas agora tudo acabou, isso era passado.

No presente Lili tinha Luna, que respeitava seu tempo e esperava pacientemente até que ela conseguisse organizar os próprios pensamentos e viesse para conversar com a amiga, em poucas horas, as duas voltavam a rotina habitual. E, agora, ela também tem Draco que a persegue como uma sombra até que ela se estresse e o xingue, mandando-o ir embora.
Ele nunca vai. Nunca iria.

Aliás, hoje já era sexta-feira. O dia da festa de comemoração sem motivo pra se comemorar e Lilith estava no quarto ajudando Luna a escolher as roupas que as duas usariam.

A loira tinha escolhido um vestido bem mais curto e justo do que normalmente usaria, mas ainda assim tinha um toque Luna Lovegood no seu design. Era um rosa chiclete com mangas leves e fofas e alguns fios soltos que imitavam os tentáculos de uma água-viva. Luna parecia uma ninfa da água, com certeza não era o visual mais adequado para uma festa da sonserina, mas ela estava linda.

Lilith estava indecisa. Também usaria um vestido porque adorava vestidos, se sentia confortável, por serem leves e soltos, e bem mais bonita do que quando usava calças ou shorts. Por isso também gostava tanto da primavera e outono, eram climas amenos onde ela poderia usar muitos vestidinhos sem a irritação do calor ou do frio excessivo.

Lilith estava bem mais modesta e casual que Luna, já que preferia ser discreta e não chamar atenção. Por isso ela escolheu um simples vestido fluido e sem estampa, não era curto, terminava quase um palmo acima do joelho e para tentar se adequar a ocasião optou por um vermelho escuro de alças finas com um decote V não muito profundo.

Com uma maquiagem leve e os cabelos soltos, já que essa era uma exigência séria de Greengrass, as duas saíram em direção às masmorras da sonserina tentando se esquivar de algum dos monitores e do rancoroso Sr. Filch ou da gatinha ranzinza dele, Madame Norra.

Malfoy deveria estar esperando por elas no lado de fora da comunal. A porta não se abriria pra elas mesmo se soubessem a senha, mas ele não estava lá e não apareceu pelos próximos vinte minutos em que as duas corvinais ficaram esperando. Lili se cansou e sentou no chão, apoiando as costas na parede de pedra, seu corpo tremeu com o frio e a paciência dela estava a um fio de explodir.

Luna continuou em pé, andando de um lado para o outro para aquecer o corpo. As masmorras eram frias e úmidas e sem o calor da lareira da comunal elas ficariam resfriadas se continuassem lá.

— Chega! Vamos embora! — Lilith se levantou e puxou a amiga pelo pulso.

— Talvez a gente devesse esperar mais um pouco.

— Luna... talvez eles estejam fazendo piada com a nossa cara.

— Não é assim, Lilith. — A loira tentou intervir mas a amiga estava cética. Felizmente, a porta para a comunal se abriu bem naquele momento e um Blaise Zabini afobado saiu por ela. Ele estava com pressa, mas parou com um solavanco quando notou que as meninas estavam ali. Pelo menos ele não precisaria correr até a torre da corvinal.

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora