Autodestrutivo - Draco Malfoy

15. Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores

Era, finalmente, a segunda prova do torneio e todos estavam apreensivos. Harry já ficou tempo demais debaixo d'água e a prova estava para acabar. Depois que Fleur não conseguiu concluir a tarefa, a sensação de sufocamento aumentou para todos, especialmente para a francesa e Lilith que temiam pela vida da prima Delacour mais nova e agora com a demora de Potter em retornar os sentimentos ampliaram em dez vezes.

Cedric voltou com Cho e Krum chegou com Hermione que, agora, estava se secando e foi atualizada por outros alunos da grifinória. Mais e mais minutos se passavam e Lilith sentia que ia desmaiar, nem mesmo a presença das melhores amigas estava ajudando. Quando todos menos esperavam mais dois corpos saíram da água, eram Ronald e Gabrielle, mas Harry não estava com eles. A primeira coisa que fez foi verificar a prima mais nova e depois se aproximou do ruivo, deixando as duas irmãs terem o próprio momento.

— Como você está? — perguntou Lilith segurando o rosto dele, ela tirou o cabelo que caía sobre os olhos e verificava se ele não tinha nenhum ferimento. Quando confirmou que ele estava bem, não resistiu e o abraçou, liberando parte da angústia que sentia. Não importava mais se estava magoada ou se nem era a primeira opção. Tudo que Lilith queria era que eles estivessem bem. Pela visão periférica ela viu Hermione se aproximando, então o soltou e perguntou pelo amigo que não tinha subido junto. — E Harry?

Mas Ron não sabia de nada, eles só recobraram a consciência quando estavam chegando perto da superfície. Lilith olhou novamente para o Lago Negro esperando que isso fizesse com que Harry aparecesse instantaneamente na superfície.

Potter estava quase perdendo a consciência. O guelricho que Dobby o deu mais cedo já havia parado de fazer efeito e o pequeno duelo que teve com os sereianos o atrasou demais, a única solução foi deixar o melhor amigo e irmã mais nova de Fleur subirem sozinhos enquanto ele pensava em um jeito de voltar. Quando ele sentiu que ia perder o último fôlego, pegou sua varinha e gritou o único feitiço que passou por sua cabeça. — Ascendio! — Seu corpo foi impulsionado para cima e ele tentou encher os pulmões de ar o mais desesperadamente possível assim que sentiu as costas batendo no deck do lago.

Ainda se sentindo meio zonzo foi capaz de ouvir gritos abafados e passos pesados em sua direção, quando sentiu uma pessoa se debruçando sobre seu corpo gelado ele abriu os olhos e percebeu que Lilith o abraçava e murmurava o quanto estava feliz por ele estar bem. Ela ajudou Harry a se sentar e deu espaço para que todos os amigos pudessem se aproximar e verificar o bem estar do grifinório. Enquanto Gina o soltava de seu abraço e Hermione tomava espaço para enchê-lo de perguntas, Lilith voltou a se aproximar de Ron que estava parado observando o amigo. Ela o envolveu em seus braços e soltou um suspiro genuíno ganhando de volta pra si a atenção do garoto. — Fiquei tão preocupada. — Ela murmurou. — Que bom que vocês estão bem de verdade.

Ron retribuiu o abraço quando sentiu como ela tremia em seus braços, finalmente, depois de longas horas, liberando a tensão e ansiedade que sentia guardado por tanto tempo. Weasley começou a fazer carinho em seus cabelos enquanto sussurrava uma sequência de "tudo bem" para que somente ela ouvisse, ele trocou um olhar conhecedor com Gina que os olhava preocupados mas antes que eles pudessem falar ou fazer qualquer coisa, Dumbledore começou seu pequeno discurso.

Draco observou toda a cena à distância. Durante toda a prova tudo que fez foi observá-los, como eles pareciam apreensivos e preocupados com o grande Harry Potter, como eles quase desabaram em puro alívio assim que ele apareceu, como ela parecia tão confortável nos braços do estúpido Ronald Weasley, como ele queria ser o estúpido Ronald Weasley naquele momento. Sentindo a raiva aumentar com os gritos de um segundanista grifinório comemorando a vantagem cedida pelo diretor para Harry, mais uma vez, ele bateu no ridículo chapéu vermelho e dourado que o pequeno garoto usava e saiu pisando forte de volta para o castelo.