Draco
Durante toda a madrugada e manhã o frio foi extremamente predominante e mesmo que já tenha passado da hora do almoço, sendo uma e meia da tarde, o dia ainda não esquentou.
Nada disso impediu que Lilith e seus amiguinhos da grifinória corressem e jogassem neve uns nos outros igual um bando de imbecis. Que ridículo.
Mas não posso negar a inveja que eu sentia. Deveria ser a realeza ali. Ela, eu e a realeza.
Quando ela esbarrou em alguém e caiu na chão, o meu primeiro instinto foi de levantar e correr até ela mas, felizmente, me segurei a tempo de ver o ridículo Weasley correndo abobado até as duas e dando prioridade de ajudar Granger.
Pritchard estava distraída demais para perceber, Hermione não percebeu e nem mesmo Ron entendeu o que aquilo significava. Era um tremendo idiota mesmo. Mas eu percebi e eu sei que quando Lilith viu como o ruivo se focou completamente em Granger e, só então, ela entendeu também.
Assim que os dois se afastaram, Pritchard demorou um pouco para se levantar e foi atrás dos dois, essa foi minha chance. A puxei pelo braço até uma das saídas do castelo.
— De te levar ao baile Yule. Assim você não vai ficar sozinha quando Weasley te ignorar a noite toda.
Ela estava com a mesma cara emburrada que sempre fazia quando eu me aproximava, se recusando a aceitar qualquer coisa que eu fizesse ou dissesse, e ainda assim continuava linda. O sorriso genuíno de quando ela estava brincando na neve não existia mais e os olhos estavam semicerrados e distantes, ela estava tentando dissociar, então apertei mais o pulso que eu estava segurando, mas ela ainda não me deu atenção.
Pelo menos, ela ainda está aqui. Era o que eu dizia pra conseguir me convencer. Soltei o cabelo dela que estava preso e fiz o melhor que pude para que ele continuasse bonito.
— O que você acha, hm?
— Prefiro chorar sangue.
Mas que garota teimosa. É quase insuportável o quanto ela consegue me tirar do sério com tamanha teimosia e arrogância. Uma marrenta, é isso que ela é, marrenta do cabelo de fogo.
A puxei pelo braço de novo e de novo até que ela se aproximasse mais de mim. Tentou fazer força para não andar, mas puxei ainda mais forte a fazendo dar mais dois passos para perto mim. Da distância que estávamos eu podia sentir o cheiro dela perfeitamente e tinha certeza que ela também poderia sentir o meu. — Marrenta.
Os cabelos ruivos emanavam morangos frescos e se misturavam a um cheiro fraco de baunilha, que deve ser do seu perfume. Era bom, doce, frutado, fresco... suave. Combinava com ela. Bem mais que a ideia de lavanda, terra e livro novo que eu idealizei antes. Aproveitei sua falta de resposta para acariciar seu cabelo e seu rosto.
A atmosfera era tão serena e calma. Quando o vento frio bateu e espalhou seu perfume mais uma vez não pude evitar de me abaixar e tentar eternizá-lo na minha memória. O conjunto de tudo era inebriante e as sensações eram tão avassaladoras que não consegui me impedir de dizer a primeira coisa que me veio à mente.
— Você vai ser minha ainda, marrentinha.
— Até parece. — Ela zombou e se puxou para trás, caindo mais uma vez no chão. Dessa vez não evitei ir até ela e ajudá-la a se levantar. Ela parecia estar, especialmente, vulnerável hoje e essa foi minha oportunidade de embalá-la em um abraço que acalmou todo o meu ser. Mesmo quando ela se soltou, e mesmo quando ela já tinha ido embora de volta para eles, eu continuei feliz durante toda aquela tarde.
❖
Enquanto eu procurava por um livro, que Snape me pediu, na área restrita da biblioteca, a vi dormindo em cima do antebraço e com um livro meio fechado na outra mão. — Madame Bovary? Que tipo de pessoa leria isso? — Eu perguntei a mim mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Autodestrutivo - Draco Malfoy
FanfictionLilith o odeia desde o seu primeiro ano, mas ela não era a única, todos os seus amigos o odiavam também. Afinal, Draco Malfoy era grosseiro e cruel. Ele não perdia a oportunidade de implicar com ela, mas a verdade é que Draco não conhecia outra man...