29. Um fruto proibido é o mais doce

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No mesmo dia em que Lilith voltou para a casa da sua mãe, Cecília, para aproveitar o final das férias de verão com ela e a vovó Capitu, seu pai tinha que planejar um importante jantar para receber Lucius Malfoy. No fundo, Antoine sentia-se aliviado em saber que Lilith não estaria em casa com ele naquela noite, apesar de ele se sentir muito sozinho sem a companhia da filha.

— A que devo a honra dessa visita inesperada? — Antoine brincou, meio falando sério, quando recebeu a família mais poderosa, viva, do sagrado vinte e oito em sua casa. Ele sabia do que a visita se tratava, Lucius fez questão de enviar uma carta avisando-o previamente de que viria tratar de negócios.

O que Antoine não sabia era que toda a família Malfoy apareceria. Narcisa riu sem graça e deu um tapa leve no ombro do marido, reclamando de como ele tinha dito que Antoine os convidou naquela noite.

— Estou brincando, Cisa. Eu os convidei, sim. — Pritchard desconversou para tirar a atenção do patriarca Malfoy. — Sintam-se à vontade.

Narcisa e Draco sorriram e agradeceram a hospitalidade. A mulher passou os olhos ao redor da casa, sentindo que algo estava faltando. — Onde está Lilith?

Nenhum dos adultos percebeu, mas os olhos de Draco brilharam em interesse. Desde que chegou ele notou como Lilith não veio recepcioná-los como em todas as outras vezes.

— Está passando o final das férias com a mãe.

— Oh, pobrezinha — exclamou Narcisa com compaixão. — Deve ser tão cansativo ter essa vida dupla. Uma pena você e Cecília não terem dado certo.

Embora as intenções de Narcisa fossem boas e puras, suas palavras só resultaram em deixar Antoine ainda mais ferido. Sua separação é um assunto muito delicado para ele, principalmente pelo fato de ele ter sido o culpado pelo afastamento da ex-esposa, e acabou com o melhor relacionamento que ele poderia conseguir por causa de seus erros de um jovem inconsequente. Antoine destruiu seu próprio casamento.

O francês forçou um sorriso enquanto se dispersava da história que Narcisa contava ao filho sobre ter estudado com a mãe de Lilith em Hogwarts.

— Para ser sincero, Lili se adaptou bem com essa rotina na maior parte do tempo.

— Isso é ótimo. — Narcisa exclamou feliz. — Lili é uma menina tão doce... Você deveria se aproximar dela, Draco.

— Eu gostaria muito. — Draco respondeu forçando uma imagem de perfeito equilíbrio entre neutralidade e simpatia. — Mas temos amigos diferentes.

— Ora, é só incluir os amigos dela aos seus. — Narcisa retrucou e bagunçou o cabelo do filho antes de ir até a mesa de jantar, como o anfitrião estava direcionando-a.

Draco franziu o nariz com nojo daquela sugestão. Ele teria Lilith em seu ciclo social, mas do jeito dele, sem precisar incluir os amiguinhos grifinórios dela. Na verdade, se tudo desse certo, ele nem precisaria lidar com os leões. Lilith seria apenas dele e ela não precisaria de mais ninguém além dele.

Bem, talvez ela ainda precisasse de Lovegood. Mas Draco não tinha nenhum problema com a excêntrica corvinal. Blaise também gostava de Lovegood, e confiando no julgamento do amigo, Luna deveria ser uma companhia confortável para se ter por perto. Talvez.

— Pritchard. — A voz de Lucius ressoou trazendo Draco de volta à realidade quando ouviu o pai chamando por Antoine para entregar uma garrafa de tinto Romanée-Conti 1976. O francês não poupou o olhar de espanto e admiração ao ser presenteado com uma safra do seu vinho favorito.

— Obrigado, Lucius. — Antoine agradeceu e foi até a cozinha para poder servir a família.

Carbonnade Flamande? Antoine você é um anfitrião e tanto.  — Narcisa continuou fazendo comentários gentis durante todo o jantar.

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora