25. Nenhuma notícia é boa notícia

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Lilith

Acordei exausta depois do questionamento de ontem e a escola parecia bem menos viva também. Os professores deram as aulas de uma forma totalmente monótona, os fantasmas dos quadros quase não apareceram durante toda a manhã.

— Quer passar o tempo vago na floresta? — Luna sussurrou sem nunca desviar o olho da poção que ela e Gina estavam fazendo na bancada à nossa frente. Separei as pétalas de cocleária e coloquei um por um no meu caldeirão, vendo a cor mudar de um verde escuro para um laranja brilhante.

— Por favor — respondi antes que Gina e Astoria Greengrass voltassem com os frascos para engarrafar a poção.

— Professor, terminamos! — A sonserina avisou e o professor Snape não demorou em vir até nossa mesa. Ele avaliou a cor, cheiro e textura da nossa poção e a das minhas melhores amigas também.

— Certo, engarrafe e limpe tudo. Depois podem sair.

Astória e eu saímos assim que terminamos, mas me despedi e fiquei esperando Gina e Luna.

— Não vai almoçar, Pritchard?

— Só mais tarde.

— Ah, tudo bem, então. Até depois. — Astória acenou levemente com a mão e foi para o grande salão. Não demorou muito para que Gina e Luna saíssem também, a grifinória parecia muito cansada e extremamente infeliz.

— Gina? Você tá bem? — Eu perguntei abraçando-a pelo ombro.

— O clima na grifinória está pesadíssimo com essa história do Harry. — Ela explicou e não consegui disfarçar a surpresa, já que Harry não me disse nada, mesmo que tenhamos passado muito tempo juntos. — Porque Simas não acredita nele, muita gente não acredita também e por isso ele também se afastou da gente. E o pior, toda vez que ele decide se aproximar de novo é sendo tão grosseiro.

Era tudo muito estranho, porque continuava o mesmo de sempre comigo e Luna. Quer dizer, ele estava sim mais introspectivo que antigamente, mas não nos evitou em nenhum momento e nem foi grosseiro com nenhuma de nós. Mas acredito que ele esteja sentindo que a grifinória inteira está contra ele, já que a casa não tem um histórico muito limpo quando se trata do efeito manada.

— Vamos passar um tempo na floresta alimentando os testrálios. — Luna foi quem mudou o assunto. — Você quer vir?

— Nem dá. Prometi ajudar Hermione com alguma coisa sobre direito dos elfos ou sei lá. Algo importante.

Concordamos e nos separamos. Gina subiu para a torre e nós fomos para a floresta depois de pegar alguns pedaços de carne na cozinha. Eu, assim como a maior parte dos outros alunos, não conseguia vê-los, mas Luna podia, e ela era muito empenhada quando se tratava deles, acho que por serem criaturas tão diferentes e – majoritariamente – ignoradas.

Alguns minutos depois, os passos pesados e incertos de Harry quebrando os galhos e folhas secas no chão nos alertou de sua chegada. — Olá, Harry — cumprimentou Luna e eu só dei um sorriso fraco em sua direção.

— Não sabia que também gostava desse tipo de sapato. — Ele comentou, tentando puxar assunto, quando viu que Luna não estava com seu característico all star xadrez colorido.

— São meus. — Eu respondi.

— Infelizmente, meus sapatos desapareceram de repente... Eu acho que foram os narguilés.

Harry concordou mas me olhou com dúvida, uma espécie de pergunta silenciosa do que seriam esses narguilés. Mas nem eu sabia, então ele só aceitou que era a explicação pelo sumiço dos sapatos, no entanto, eu sabia que alguém os tinha pegado de propósito. E cuidaremos disso assim que Gina descobrisse quem foi.

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora