20. Com uma breve desculpa o lobo caça a ovelha

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Lilith

— Potter está louco.

— Até parece que você sabe quem vai mesmo voltar à vida. Como se isso fosse possível...

— Minha mãe disse que ele é um mentiroso.

Esse grupo de garotos, de casas variadas, do quarto ano, estavam conversando tão alto que eu não conseguia não ouvir. Desde a grande final do torneio, quando Bartô Crouch Jr. viu que seu plano tinha dado errado e tentou aparatar com Harry para o cemitério de Little Hangleton, estão desacreditados dele.

Mesmo que o próprio Dumbledore tivesse impedido que algo ruim acontecesse, mesmo tendo o professor Snape como testemunha, o ministério da magia não reconhecia isso como uma ameaça e o profeta diário começou a difamar Harry, Hogwarts e Dumbledore em todas as manchetes.

Os alunos das outras escolas acabaram de ir embora e nós iríamos voltar para nossas casas amanhã cedo. Eu deveria estar dormindo agora, mas estava muito mais empenhada em levar Misty e Madame Norra de volta para o castelo depois delas passarem um tempo no corujal comigo. As duas gatinhas estavam andando um pouco mais a minha frente, Misty, ocasionalmente, olhava para trás só pra se garantir de que eu estava junto com ela.

Quando chegamos perto do castelo, Norra se virou de volta para os aposentos do Sr. Filch e eu continuei subindo com Misty em meu colo. Assim que entrei, a deixei em cima do sofá, perto da lareira e corri de volta para a porta antes que ela me acompanhasse. Pude ouvir ela miando e arranhando a porta e me desculpei mentalmente com ela, mas eu queria ficar um pouco às margens do lago negro e do jeito que Misty é curiosa, tenho certeza que ela se perderia.

Chegando na beira do lago, eu estiquei um lençol no chão e me sentei. Estava escuro e não dava pra diferenciar onde o céu e o lago se encontravam, mas eu achava aquela escuridão pacificadora, a brisa fresquinha do verão batia em meu rosto e bagunçava meus cabelos. Foi o barulho de passos pesados se aproximando que me tirou do meu estupor.

Me virei para trás e não vi ninguém se aproximando, mas o barulho continuou aumentando e parecia cada vez mais perto. Sem perder tempo, me levantei e coloquei o lençol de volta na mochila que estava comigo. Eu pensei em usar o feitiço Nox para tentar ver quem se aproximava, mas como um sopro de consciência percebi que isso era uma má ideia e eu me tornaria uma presa mais fácil de identificar.

Dei passos silenciosos pela beira do lago até chegar na direção que me mandaria direto para a entrada principal do castelo. Comecei a andar rápido, não me importava de ser pega por um professor agora, tudo que eu queria nesse momento era me sentir segura dentro do meu quarto.

Quanto mais rápido meus passos ficavam mais rápidos, mais rapido os passos dessa coisa ficavam. No curto espaço de tempo entre o lago e o castelo, comecei a correr o mais rápido que eu pude, mas quem quer que fosse nunca se afastava o suficiente. Na curva de um dos corredores, eu perdi o equilíbrio, tropecei e isso custou muito da vantagem que eu tinha. Quando meu braço foi puxado, eu já estava prestes a olhar para o céu e pedir ajuda a deus, qualquer um dos mil deuses que pudesse me ajudar nesse momento.

— Se acalma. — A voz da pessoa ecoou na minha cabeça e na mesma hora eu reconheci o seu perfume característico.

— Você tá maluco, seu idiota? — Eu gritei com ele assim que me virei pra olhar seu rosto. Ele estava rindo.

— Você quem começou a correr do nada igual uma louca! — Ele rebateu.

— Foi você quem quase me matou de susto!

Ele deu passos em volta de mim e se sentou na mureta que dava pro jardim de inverno. — Mas até que você é bonitinha quando tá com medo.

Meu coração ainda batia muito rápido pela adrenalina da corrida e do medo, a sensação era tão dolorosa quanto a de um afogamento. — Idiota —  xinguei. — Eu realmente pensei que fosse-

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora