1. Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele

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Lilith estava de novo em Hogwarts para mais um ano letivo. Queria muito rever os amigos e alguns professores. Ela sentia tanta falta do mundo mágico quando estava com sua mãe. Cecília, odiava a ideia de integrar a menina no mundo bruxo, era totalmente contra a mandar a menina para estudar em Hogwarts. Esse era o assunto que causava todas as brigas entre ela e o ex marido, principalmente depois de descobrir o porquê Antoine Pritchard queria tanto um filho.

O trem já estava cheio de alunos gritando e rindo em suas cabines, ainda faltava bastante para chegar em Hogwarts. Luna, Gina e Neville estavam juntos esperando a amiga voltar com a gatinha que fugiu de novo. Eles já estavam acostumados devido a quantidade de vezes que isso aconteceu no ano anterior. Embora ela sempre voltasse, a ruivinha ficava preocupada com a segurança de seu "bebê", como ela a chamava.

Estava chegando perto do último vagão quando começou a sentir o ambiente um pouco mais frio. A gatinha apareceu, saindo do vagão da frente e olhou na direção da dona miando alto, Lili correu em direção ao bichano e a pegou no colo enquanto o ar ficava cada vez mais denso e mais frio. Ela pensou que talvez fosse delírio, mas sentia o peito apertar e ficava cada vez mais difícil respirar e pensar com clareza. Ela foi puxada pra dentro da cabine por um menino alto e Misty pulou do seu braço e subiu novamente no colo de Malfoy, que estava sentado lá, só então Lilith reparou na mão de Zabini que apertava seu cotovelo enquanto fechava a porta.

No momento em que ela ia tirar satisfação por aquela atitude, o trem foi tomado por gritos e era possível ouvir também os passos das pessoas correndo para fora de suas cabines para descobrir o que estava acontecendo. A ruiva foi tomada pela curiosidade, observando os vidros da janela congelarem, ela quase cogitou sair para olhar, até Zabini a puxar pelo pulso de novo, ele acenou dizendo que não e era possível ver um pouco de terror em seus olhos.

Lilith decidiu esperar, não que houvesse muitas escolhas, mas estar numa cabine com quatro sonserinos que não gostavam dela e de seus amigos publicamente não era a melhor sensação. Ela olhou para Misty esperando que a gatinha fosse para perto e lhe desse um pouco de segurança, mas a bichana só ronronou e se deitou de barriga pra cima no colo do garoto mimado que tanto implicava com todos. Seu olhar se estreitou, parecido com raiva, olhando pra gatinha que só miou outra vez e levou a patinha aos olhos. A expressão de Lili se fechou ainda mais e quando ela olhou para cima, Malfoy já estava a encarando com o mesmo olhar de julgamento e soberba de sempre.

Foram de fato os minutos mais constrangedores para Lilith. Pansy não se importou com sua presença, como sempre, e logo depois do famoso olhar de desprezo para Lili voltou a conversar com Theodore, que de longe poderia ser considerado o "mais legal" do quarteto fantástico de sonserinos, pelo menos enquanto ninguém o conhecesse. Em pouco tempo, o trem voltou a andar e as pessoas voltaram para seus lugares, essa foi a deixa para pegar a gatinha traidora no colo e correr de volta para seus amigos.

As semanas foram passando rapidamente e quando Lili menos percebeu já haviam se passado alguns meses. Eram poucas aulas que as amigas tinham juntas com a Gina, e DCAT era uma delas. Era a aula favorita, dada pelo professor favorito e com as amigas favoritas, para Lili isso era o paraíso.

— E aí o Harry voou no hipogrifo. — Gina contava animadamente a história sobre o Potter, o que ela fazia muito e nem é um fato recente. A Weasley sempre teve uma "paixonite escondida" no menino que sobreviveu que todo mundo percebia, menos ele. Era uma situação quase cômica; em todo jantar era possível observar os seus olhos brilhando toda vez que ela olhava pra Harry quando ele falava e o menino era totalmente alheio ao que estava acontecendo ao redor.

Autodestrutivo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora