Draco
Faz vinte minutos desde que eu vislumbrei os longos cabelos ruivos de Lilith subindo as escadas para os dormitórios com as meninas. No começo eu estranhei ela não ter vindo até mim desde que chegou, já que a festa havia começado a um tempo. Talvez ela tenha se atrasado e as meninas a puxaram logo para fazer alguma coisa, mas ela nem veio falar comigo primeiro. Não tinha nada que eu pudesse fazer agora, então me sentei no sofá com os meninos, que estavam apostando alguma coisa irrelevante, enquanto esperava.
Quando as quatro finalmente desceram dos dormitórios, algo parecia diferente. O sorriso orgulhoso no rosto de Pansy fez com que um arrepio subisse pela minha espinha e eu fiquei, repentinamente, com medo do que ela tinha aprontado. Daphne veio logo atrás cochichando algo com Lovegood, mas o que realmente chamou minha atenção foi o vestido super curto de seda verde que Lili estava vestindo. Minha mãe estava certa, ela ficava linda de verde e poderia se passar por uma perfeita aluna exemplar da sonserina se vestisse o nosso uniforme.
Não consegui mais desviar meus olhos dela uma única vez, parecia tão divina quanto uma pintura renascentista da qual eu era um eterno admirador, querendo chegar perto o bastante para poder tocar. Quanto mais demorava para vir até onde estávamos, mais ansioso eu ficava. Me ajeitei no sofá porque já estava começando a me sentir desconfortável com a demora.
As três finalmente chegaram no nosso canto da festa, Daphne se jogou em Pansy, Luna foi direto na direção de Blaise para que eles pudessem conversar um com o outro e eu esperei que Lili corresse direto para mim, mas ela não o fez. Se até Luna que ainda não tinha nada com Zabini foi até ele na primeira oportunidade que teve, por que Lili que já é minha não fez a mesma coisa? Ela apenas continuou parada bem na minha frente, há um passo de distância de mim, me torturando como se eu fosse o pior dos pecadores.
As vozes dos meus amigos discutindo se misturavam no fundo da minha mente, mas nenhuma delas chamava a minha atenção. Só despertei quando Theo a abraçou pelo ombro e Daphne a entregou um copo daquela bomba de açúcar que ela gosta de beber.
Não aguentando mais nenhum minuto, me levantei e a levei comigo para um canto mais afastado da festa. O vestido ficou tão bonito nela, servindo como se tivesse sido feito sob medida, mas ainda assim ela parecia desconfortável. Seus passos eram inseguros e ela manteve a mão abraçada na cintura. — Daph te fez vestir isso?
Ela concordou envergonhada. Segurei o tecido delicado entre os dedos, sua pele se arrepiou quando meus dedos encostaram levemente na pele das coxas e eu me diverti internamente com o quão responsiva ela era. — Bonito. Muito bonito. Mas não tem nada a ver com você — segurei sua cintura, a puxando para mais perto de mim.
Seus olhos escuros se iluminaram e ela abriu um sorriso largo que fazia suas bochechas ficarem mais altas. Lili começou a reclamar das meninas com vigor, mas seu sorriso caiu quando as amigas de Martins se aproximaram da gente. Dei um sorriso educado para as meninas e logo voltei minha atenção para Lili, mas ela já tinha saído de perto pisando forte.
Continuei observando a forma como ela se jogou ao lado de Theo no sofá e ele se virou para trás, onde eu estava. Mesmo de longe percebi a forma como ele estalou a língua para mim e se virou para Lili com um sorriso maldoso. Se o fato dele soprar a fumaça do cigarro no rosto dela – quando eu deixei claro que não era pra isso acontecer – não fosse ruim o suficiente, tudo só piorou quando ela tragou o cigarro direto da mão dele. Maldito filho da puta! Não que Theo fosse uma ameaça, pelo contrário, era meu amigo e por isso ele sabia exatamente o que fazer para me irritar.
Por alguns segundos vi apenas o vermelho e quando eu percebi já estava na frente deles. Theo brincou na minha cara e Lili tentou esconder, muito mal, o orgulho que ela sentia de estar brincando comigo. E, com o maior cinismo que aquela garota bonita conseguia reunir, tudo que ela me respondeu foi um — Nada — banhado em falsa inocência. Eu já estava chegando no meu limite e agora tudo que eu consigo pensar é em como eu adoraria tirar aquele sorrisinho bobo do rosto dela.
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Autodestrutivo - Draco Malfoy
FanfictionLilith o odeia desde o seu primeiro ano, mas ela não era a única, todos os seus amigos o odiavam também. Afinal, Draco Malfoy era grosseiro e cruel. Ele não perdia a oportunidade de implicar com ela, mas a verdade é que Draco não conhecia outra man...