Cap dois

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Continuo dominando a água, deixando a corrente mais forte, Aang e Katara apoiavam as mãos nos joelhos atrás de mim, cansados demais depois de longos minutos trabalhando.

A brisa gelada da manhã bate em meu rosto junto com algumas gotículas d'água. Depois de meses sem conseguir dominar a água com a frequência que gosto, me sinto em casa. Não me importo com o cansaço, com o suor escorrendo pelas minhas costas, pelo meu braço ainda machucado doendo, nem pela dor nos meus braços por balançar demais ao usar a dominação

Assim que deduzo que tomamos uma certa vantagem, paro a dominação, limpo o suor da minha testa com a dominação e o jogo no rio. Me viro sem fôlego pros três atrás de mim.

— quem é você? - Aang pergunta segurando o bastão perto do corpo

Sua postura é leve, sem desconfiança, somente curiosidade.

— Ah - limpo minhas roupas sentindo meu coração levemente acelerado em sua presença. O Avatar o grande dominador que eu cresci ouvindo histórias, que eu cresci acreditando que iria voltar e acabar com toda essa merda dessa guerra maldita - me apresento diante do Avatar - me curvo encostando uma mão em punho na outra aberta, uma postura do povo do ar - meu nome é Alina, é uma honra conhecê-lo

Encaro minhas mãos, esperando ele me responder. Meu peito ainda subia e descia pelo esforço e meus braços tremiam pela fraqueza.

— é um prazer, Alina, pode se levantar - assim o faço observando novamente, sua voz parece de um menino que acabou de entrar na puberdade e suas bochechas estão coradas, o que que significa que não é tratado com tal respeito normalmente. Bom saber, odeio ser educada.

Algo dentro de mim se remexe querendo que eu o siga, querendo que eu peça ajuda, mas ele é só um garoto que acabou de entrar na adolescência, um garoto fraco, sem poder e nem aliados, ele é quem precisa ser ajudado e não eu.

— pensei que era um garoto - Katara dá um passo pra frente chamando minha atenção, me viro pra garota e abro um sorriso de lado

Limpo minhas mãos na túnica queimada

— graças aos espíritos, não - abro um sorriso de lado deixando a garota corada - sua dominação da água é fraca e limitada - seu rosto toma uma tonalidade de vermelho que me faz rir - posso ver de longe que você aprendeu tudo o que sabe sozinha, por isso é tão medíocre - a garota suspira sem reação e vejo Aang abrir a boca para defendê-la - e só precisa ser instruída corretamente

— você não sabe de nada - a garota sibila e o olhar que mando em sua direção diz claramente "não me importo"

— por que nos ajudou? - Sokka toma a fala e eu desvio o olhar, de uma Katara vermelha piscando enquanto absorvia minhas palavras, para um garoto com os braços magros, mas fortes segurando mastro

— preciso de razão pra ajudar o Avatar? - não me incomodo em esperar o final da conversa, dobro um pouco mais de água para meu braço quase curado

— eles eram seus amigos - o mais velho rebate e eu dou de ombros

— você os traiu - Aang fala baixo

— não me fale de traição - sibilo mostrando meus dentes, fico irritada com a falta de confiança em meu caráter - eles nunca foram meus amigos, eles eram só idiotas que eu estava usando em prol do meu benefício próprio. Em troca eu fingia ser útil o suficiente pra não ser eliminada por eles. Não se engane menino não existe lealdade nem confiança em meio aos piratas, não uma pura e verdadeira

— você nos ajudou quando me avisou que eles eram piratas

— e quando a gente tava fugindo, você poderia ter nos derrubado do planador e não nos derrubou - Aang fala também

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora