Cap trinta e um

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Bato na palma da mão e bato um pé com força no chão, meus braços altos, a pose estoica

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Bato na palma da mão e bato um pé com força no chão, meus braços altos, a pose estoica. Acompanho o ritmo da música, a cada batida do bumbo, bato na palma da mão e bato o pé no chão de madeira.

O homem baixo a minha frente - o rosto completamente fechado pela barba, bigode e as sobrancelhas grossas - me olha com as sobrancelhas abaixadas em uma expressão séria, o imito, conforme acompanhamos o ritmo da música.

Mais uma palma e todo o bar fica sério e em silêncio, a expectativa correndo por todos nós

- vai logo, caralho - um bêbado grita

- cala a boca, filho da puta - outro rebate fazendo todos gargalharem

Nego com a cabeça, um sorriso fraco nos lábios. Continuo olhando no fundo dos olhos castanhos do homem a minha frente.

A música explode e todo o bar grita vivas conforme dançamos no ritmo. Seguro no ombro do homem baixo, que deve ter 1,60 de altura, ele é forte cheio de músculos e gordura, mas ótimo pra dança. Ele segura em minha cintura, inclina a cabeça pro lado me indicando pra onde íamos começar, o acompanho. Galopamos de um lado pro outro em meio aos casais e bêbados sozinhos, me separo do homem dando a volta em um casal até encontrá-lo novamente, ele ri me girando enquanto o casal se separa e passa por nós até se juntar novamente.

Meu cabelo em um rabo de cavalo, com algumas tranças pelo comprimento que Katara fez, balança de um lado pro outro, tenho que cortar as pontas que estão ressecadas, ele está grande demais, batendo abaixo de minha bunda. Minha túnica azul escura sem mangas gruda em minha pele a cada respiração, as calças pretas de couro me fazem transpirar ainda mais.

- vou te pagar uma bebida - a voz rouca e forte do homem me faz franzir as sobrancelhas sem entender - uma bebida, Alina - segura minha cintura mais uma vez, seu bafo de cerveja e ovos me faz prender a respiração

- tô de boa, Koruga - pulamos novamente pro meio da multidão, a música ainda mais animada.

Me separo do homem trocando de parceiro, o rapaz me gira duas vezes e depois me conduz para a sua parceira, dançamos trocando os braços, um sorriso educado em meu rosto e alegria viva no dela. Damos uma volta no lugar e nossos parceiros nos pegam mais uma vez

- faz tempo que não te vejo, garota, e agora você já tem idade o suficiente pra beber - reviro os olhos me separando dele pra dar a volta em outro casal, seguro seus ombros mais uma vez e ele minha cintura, sempre com as palmas das mãos me deixando solta, seus dedos não me tocam em sinal de respeito - não que isso significasse alguma coisa de qualquer jeito

- uma bebida. Mas você sabe muito bem o que vim fazer aqui

- te falei que assuntos sérios só quando terminasse a dança. Você cresceu? - pergunta sabendo que antigamente eu odiava que comentasse sobre minha altura

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora