Cap trinta

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— nunca imaginei que ficar um mês a deriva em um barquinho, rodeado de animais selvagens prontos pra me matar, sem água, sem comida, tendo que caçar pra sobreviver; depois ter que andar por três semanas até encontrar alguma civilização que não que...

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— nunca imaginei que ficar um mês a deriva em um barquinho, rodeado de animais selvagens prontos pra me matar, sem água, sem comida, tendo que caçar pra sobreviver; depois ter que andar por três semanas até encontrar alguma civilização que não queria nos matar; poderia fazer isso com meus músculos - meu tio grunhe de dor quando o massagista aperta um local em seu ombro.

Volto meu olhar pra paisagem além das portas enormes em conceito aberto. A casa de massagem é grande, fica na base de uma montanha há quase dois quilômetros do mar. É uma cidadezinha pra viajantes, tranquila e amena, sem ninguém da nação do Fogo pra nos achar.

Sinto o fogo rugir dentro de mim, minha brasa está rebelde. Semanas no gelo e neve tornou minha chama ainda mais incontrolável, a necessidade de mantê-la ativa pela minha própria sobrevivência em um ambiente hostil, a deixou mais forte em ambientes normais. A necessidade de sobrevivência que tive naquele lugar me deixou ainda mais revoltado, ainda mais nervoso. É um ódio dentro de mim que não quer passar, não ameniza.

Eu estive a um ponto de finalmente conseguir voltar pra minha casa.

— você está nervoso? - meu tio pergunta, percebo que meu corpo ficou mais quente que o normal. Engulo a seco respirando fundo

— não estou - respondo sem o olhar

— é o aniversário, não é? O seu aniversário está chegando, meu sobrinho

— não. Eu não comemoro mais meu aniversário enquanto não voltar pra casa - franzo as sobrancelhas apertando meus punhos - enquanto eu não voltar, esse será pra mim, apenas o aniversário do meu banimento - me levanto sentindo meu suor evaporar e tento respirar fundo mais uma vez.

Preciso muito treinar e bater em algo

— Zuko - meu tio tenta se levantar, mas o paro com um gesto - já faz seis anos. E considerando nossa situação no momento, não acho...-

— chega, tio. Ou vamos ter que entrar naquela conversa de eu não consigo me contentar com pouco como você? Eu sou...- paro de falar ao perceber quem nos rodeia, trinco o maxilar e me viro de costas - volto à noite

— Zuko...

O ignoro, saio da casa de massagem descendo os degraus de madeira, preciso muito desestressar então ando em passos firmes até o lugar em que com toda certeza irei conseguir, a cidade.

As pessoas são animadas, o mercado inteiro tem cheiro de perfumes e especiarias tão forte que meu nariz coça com força. Roupas claras e bonitas em todos os tons são vendidas em barracas bem encima dos incensos e cremes com cheiro forte.

Dezenas de pessoas, em sua maioria viajantes passam com carrinhos ou carroças atrapalhando o fluxo, os moradores compram carnes e comidas, enquanto os forasteiros compram cremes, roupas e perfumes.

Pela constituição da cidade, eles não conseguem cultivar alimentos suficiente para o consumo. Alguns conseguem até criar seus próprios animais, mas o custo de torna alto então eles preferem comprar dos viajantes. Única falha disso é que se as vias forem bloqueadas, ou os viajantes se recusarem a vir até aqui, em sua maioria eles irão morrer de fome ou ter que emigrar para a cidade mais próxima que os aceite.

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora