— nunca imaginei que ficar um mês a deriva em um barquinho, rodeado de animais selvagens prontos pra me matar, sem água, sem comida, tendo que caçar pra sobreviver; depois ter que andar por três semanas até encontrar alguma civilização que não queria nos matar; poderia fazer isso com meus músculos - meu tio grunhe de dor quando o massagista aperta um local em seu ombro.
Volto meu olhar pra paisagem além das portas enormes em conceito aberto. A casa de massagem é grande, fica na base de uma montanha há quase dois quilômetros do mar. É uma cidadezinha pra viajantes, tranquila e amena, sem ninguém da nação do Fogo pra nos achar.
Sinto o fogo rugir dentro de mim, minha brasa está rebelde. Semanas no gelo e neve tornou minha chama ainda mais incontrolável, a necessidade de mantê-la ativa pela minha própria sobrevivência em um ambiente hostil, a deixou mais forte em ambientes normais. A necessidade de sobrevivência que tive naquele lugar me deixou ainda mais revoltado, ainda mais nervoso. É um ódio dentro de mim que não quer passar, não ameniza.
Eu estive a um ponto de finalmente conseguir voltar pra minha casa.
— você está nervoso? - meu tio pergunta, percebo que meu corpo ficou mais quente que o normal. Engulo a seco respirando fundo
— não estou - respondo sem o olhar
— é o aniversário, não é? O seu aniversário está chegando, meu sobrinho
— não. Eu não comemoro mais meu aniversário enquanto não voltar pra casa - franzo as sobrancelhas apertando meus punhos - enquanto eu não voltar, esse será pra mim, apenas o aniversário do meu banimento - me levanto sentindo meu suor evaporar e tento respirar fundo mais uma vez.
Preciso muito treinar e bater em algo
— Zuko - meu tio tenta se levantar, mas o paro com um gesto - já faz seis anos. E considerando nossa situação no momento, não acho...-
— chega, tio. Ou vamos ter que entrar naquela conversa de eu não consigo me contentar com pouco como você? Eu sou...- paro de falar ao perceber quem nos rodeia, trinco o maxilar e me viro de costas - volto à noite
— Zuko...
O ignoro, saio da casa de massagem descendo os degraus de madeira, preciso muito desestressar então ando em passos firmes até o lugar em que com toda certeza irei conseguir, a cidade.
As pessoas são animadas, o mercado inteiro tem cheiro de perfumes e especiarias tão forte que meu nariz coça com força. Roupas claras e bonitas em todos os tons são vendidas em barracas bem encima dos incensos e cremes com cheiro forte.
Dezenas de pessoas, em sua maioria viajantes passam com carrinhos ou carroças atrapalhando o fluxo, os moradores compram carnes e comidas, enquanto os forasteiros compram cremes, roupas e perfumes.
Pela constituição da cidade, eles não conseguem cultivar alimentos suficiente para o consumo. Alguns conseguem até criar seus próprios animais, mas o custo de torna alto então eles preferem comprar dos viajantes. Única falha disso é que se as vias forem bloqueadas, ou os viajantes se recusarem a vir até aqui, em sua maioria eles irão morrer de fome ou ter que emigrar para a cidade mais próxima que os aceite.
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Don't Blame Me - Zuko
FanfictionAlina é uma jovem dominadora de água que já passou por mais infernos do que qualquer pessoa deveria. Disfarçada em meio aos piratas, procurando uma chance de abandonar os malditos nojentos do mar, Alina da de cara com o Avatar, um guerreiro intelig...