Cap dezoito

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Meditar é um horror

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Meditar é um horror.

Tenho certeza de que a pessoa que inventou a meditação foi pensando em uma forma de tortura. Não tem como uma pessoa fazer isso tranquilamente por querer, não vejo como é possível.

Endireito minhas costas e escuto meus ossos estalarem. Estou parada aqui faz horas e nada, nada!!!

— desse jeito - a voz de Aang chama minha atenção, abro meus olhos vendo o garoto mostrar o movimento pra Katara que concorda e tenta imitar

— não consigo - murmura tentado novamente

— seus pés, Katara - a corrijo

— sua meditação, Alina - Katara retruca parando de dominar.

Ontem foi aniversário da garota e como o de Sokka ela apenas nos respondeu com o maneio de cabeça. Penso em como será quando essa guerra finalmente acabar e ela puder comemorar o aniversário decentemente, com direito a muita dança e bebedeira

Vejo a água caindo no gelo aos nossos pés e por um segundo sinto o gelo absorvendo a água e a congelando. Sinto, não só vejo.

— você tem que esvaziar a sua mente - Aang move a cabeça pro lado, do mesmo jeito que eu faço quando explico uma coisa óbvia e ele não entende

— você tá me falando isso faz três dias, tente explicar melhor - gesticulo em desdém irritado e o garoto suspira

— sua mente é muito perturbada - murmura

— quer cair no pau, garoto? - pergunto e Katara da risada

— não é crítica, é uma observação - levanta as mãos em sinal de paz, o sorriso pairando em seu rosto

— vou fazer uma observação depois de quebrar sua cara

— Ali, é sério - Aang ri chutando um pouco de neve pro meu colo. Dou risada me apoiando em meus braços na neve atrás do meu corpo - ao invés de tentar esvaziar sua mente por que não tenta se focar 100% em algo? Depois você tenta esvaziar ela - observo Aang me concentrando no garoto. Ignoro o gelo ao nosso redor, ignoro a neve e até mesmo Katara - você tá me assustando - o mais novo diz dando um passo pra trás. Sinto seu sangue correndo pelas veias, parece como se algo estivesse bloqueando meus sentidos, mas sei que é porque meus sentidos estão sobrecarregados. Toda água ao redor dificulta minha precisão - Alina? - sinto o suor escorrendo pela nuca de Aang e sorrio satisfeita

— acho que entendi - me ajeito no lugar novamente. Aang suspira aliviado - voltem a treinar

Vejo Katara voltar a dominar um bolsão de água e voltar a treinar. Me foco no bolsão, meus olhos calculando o peso, a densidade, a temperatura. Fecho meus olhos e continuo seguindo os movimentos do bolsão mesmo sem ver, sinto o sangue correr por Aang e Katara, consigo identificar a temperatura de seus corpos, diferente de todo o resto é como se fosse diferente. O sangue é mais denso.

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora