Cap quatorze

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Frio, um puta e completo frio

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Frio, um puta e completo frio. Não sei como eu deveria passar meus últimos dias, mas eu queria que não fosse coberta com cinco camadas de roupa, talvez em um campo de flores e conforme a minha vida fosse desvanecendo as flores murchariam até todas morrerem comigo.

Que patético!

Aperto as rédeas de Appa em minhas mãos cobertas pelas luvas grossas de Katara, Appa suspira cansado. Ele voou por dias sem parar, mas desde ontem se deixou em uma das correntezas do rio e só está flutuando, por sua camada grossa de pelos e pele, ele não sente frio.

As árvores nos abandonaram faz muito tempo, tudo o que consigo ver é branco e várias variações de azul. Geleiras se põem em nosso caminho, por isso decidimos que enquanto Sokka estivesse guiando Appa um de nós dominadores deveríamos estar com ele.

Sokka obviamente ficou puto com isso, alegando que ele sabe muito bem desviar no gelo e conhece esse tipo de território. Ficamos por longos minutos tentando fazê-lo entender que ele faz isso com um barco, nós estamos em um Appa e não em um barco, no final ele cedeu pelo bem de nosso querido amigo gigante.

— acho que vamos chegar ao anoitecer - Sokka interrompe o silêncio, me viro na cabeça de Appa e visualizo o garoto coberto com roupas próprias para neve, seus braços cruzados na borda da sela de couro e a cabeça apoiada nos braços - quer comer alguma coisa?

— to sem fome - respondo baixo, o vento batendo em meu rosto e derrubando minha touca, a arrumo. Me ajoelho na cabeça de Appa para ver melhor os outros dois. Katara estava pendurada na sela brincando sozinha com sua dominação. Já Aang dormia agarrado à Momo dentro de sua roupa - falta muito pra anoitecer?

Se fosse em qualquer outro lugar do mundo eu saberia facilmente, mas aqui parece que o tempo está parado, o tempo está sempre nublado, nuvens grossas demais, vez ou outra consigo ter um vislumbre do céu, em geral a noite, de resto é sempre...branco.

— não muito, umas duas horas no máximo - responde descontraído. Meu peito se aperta e todos os meus sentidos ficam alertas conforme examino novamente a paisagem - que foi?

— acorde o Aang - falo baixo, meus olhos grudados nos arredores, em qualquer coisa levemente diferente

Tento usar minha dominação pra sentir alguma coisa diferente, mas eu sinto tudo. Tem água em todos os lugares, geleiras de tamanhos diferentes, neve por todo lado, água correndo abaixo de nós, gelo de todos os tamanhos possíveis. Não tem como usar minha dominação pra sentir nada aqui por mais que eu me concentre, eu me sinto...cega.

— o que tem de errado? - Sokka se levanta alarmado. Katara se afasta da beirada da sela e se levanta indo acordar Aang

Meus olhos continuam procurando, esquadrinhando cada maldito floco de neve igual aos outros malditos flocos de neve.

— Ali o que foi? - Aang pergunta se levantando com uma lufada de vento, sua touca cai de sua cabeça, revelando a tatuagem azul

Vejo um vulto, um pequeno vislumbre de uma cor diferente do azul e branco, algo roxo. Seguro as rédeas de Appa com mais força.

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora