Cap vinte e oito

1.1K 159 181
                                    

Seguro com força a pulseira branca, com azul claro e roxo escuro, as cores dela

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Seguro com força a pulseira branca, com azul claro e roxo escuro, as cores dela. Chefe Arnook da um dos seus lindos discursos sobre perdas e seguir em frente.

Sokka ao meu lado está com o rosto inchado de tanto ter chorado, ele mantém uma postura ereta e seria, seu rosto não demonstra sentimentos, mas vejo como suas mãos tremem.

Katara com bandagens aparentes no pescoço por ter sido queimada por soldados, está próxima do irmão, seu rosto ainda está marcado por lágrimas, mas seus olhos transmitem uma alegria enquanto ela vigia todos os moradores da Tribo e de acampamentos ao redor, todas as vidas que salvamos.

Aang parece ter tido um peso enorme tirado de seus ombros, ele estava sério, mas irradiava um carinho gostoso e quente.

Não sei como me sinto, são tantos sentimentos de uma vez que estou em um estado apático. Vi meu povo morrer. Vi meu povo querer me matar. Perdi uma amiga. Venci uma guerra. E quase me deixei ser controlada pelo poder.

Sem prestar muita atenção, volto a mim quando vejo as pessoas andando em direção a muralha externa, daqui de longe consigo ver o que nos aguarda, o ar de felicidade no mesmo momento se cessa em respeito aos mortos. Todas as pessoas que estavam escondidas voltaram ontem de manhã.

Passamos pelo lugar onde lutei, pisco e vejo todo o sangue manchando as pedras escuras e a neve, pisco novamente e não vejo nada, a água de Aang lavou tudo junto com meus machucados.

Não queria que Aang tivesse me curado, eu queria sentir a dor, queria ter esse lembrete comigo, uma punição, uma penalidade, algo que me castigasse por ter me sentido da maneira que senti.

Cravo minhas unhas na palma de minha mão e a sinto cortar, sinto a ardência aliviar um pouco a pressão em minha consciência.

Observo Arnook falar, observo a forma que ele observa a multidão feliz e orgulhosa por termos vencido, mas ainda em luto pelas inúmeras vidas perdidas. Vejo como o rosto do homem não demonstra tristeza, como seus olhos estão secos, mesmo sabendo que o luto está com ele, a aceitação é o que reina em seu coração.

Lembro de uma história que minha mãe me contou o conto de uma garota que viu sua vida em uma possa de água antes mesmo dela acontecer, de como ela não sofria pois já estava preparada pra tudo o que ia acontecer, que ela sempre dizia como a água guarda memórias, sentimentos e acontecimentos, estando no futuro sim ou não.

O vento leve bate em meu rosto afastando meus cachos, quando paramos de frente a paisagem do mar aberto, sinto a gargantilha de flor de lótus gelar um pouco contra minha pele. A nossa frente o mar está calmo, como se estivesse esperando para dar boas vindas.

Toda a Tribo está atrás de nós, alguns chorando, outros com poses estóicas. Alguns guerreiros estão nas muralhas que não foram destruídas. Não reconstruímos tudo para nos despedirmos dos bravos guerreiros.

Don't Blame Me - ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora