Capítulo 5

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Duas semanas depois, e eu e Caterina não voltamos a nos falar, nem sequer um telefonema

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Duas semanas depois, e eu e Caterina não voltamos a nos falar, nem sequer um telefonema. Eu me sentia ofendida pelas mentiras que ela insistia em profedizer, e ela, com certeza, compartilhava do mesmo sentimento, devido ao modo arisco que a tratei em nosso último contato. O vácuo que sua ausência provocava em meu interior, vem alargando-se gradativamente. Eu sentia tanta falta dela, das nossas risadas, conversas, conselhos, e lógico, das brincadeiras bobas que fazíamos uma com a outra.

Esse era o tempo mais duradouro que ficávamos sem conversar. Nas outras vezes, além de ser por motivos frívolos, a reconciliação era feita em horas, nunca em dias e muito menos em semanas.

Confesso que me sentia tentada a ligar para ela e me desculpar, mesmo que por dentro eu sentisse que desta vez, não era da minha parte que deveria partir o pedido, ainda assim não sei quantas vezes disquei seu número, e mudei de ideia de última hora.

A cada instante que eu fechava os olhos, visualizava nitidamente, Caterina e sua expressão de horror, juntamente com a tensão corporal, quando habitava o mesmo espaço em que Riccardo pisasse, ou até mesmo, a menção de seu nome. Se estivéssemos em um filme de terror, poderia imaginar perfeitamente ela segurando uma madeira em formato de cruz em cima do peito, para que Riccardo queimasse até virar cinzas, como um demônio.

Gostaria muito ser uma pessoa capaz de fechar os olhos e seguir em frente fingindo que nada aconteceu, sem perguntas, mas essa não era eu, ainda mais se tratando de uma pessoa que eu amava e preocupava. Se não fosse para zelar para com aqueles que amamos, do que valeria esse endeusado sentimento que é o amor?

A minha intuição era tão forte quanto um veneno de cobra quando entra na corrente sanguínea. Tinha algo errado e essa certeza não vinha somente pelos encontros tensos. O passados dos três se entrelaçavam em um algum conflito.

Eu sinto.

Neste instante, eu me encontrava sentada em um dos coretos do quintal da mansão, que por sinal, era enorme. Eu observava atentamente os seguranças indo de um lado ao outro, todos centrados e indiferentes a minha presença. Minha mandíbula doía de tanto bocejar assistindo-os andar como bonecos de chumbo. Entediante não chegava nem perto de descrever a cena patética.

A xícara em minhas mãos ainda estava quente pelo café, que nanna, a cozinheira da casa preparou para mim. Já era fim de tarde, e apesar do sol ainda se fazer presente, a brisa leve que chicoteava minha pele era fria, deixando meus pêlos arrepiados. Sorvi mais alguns goles da bebida, antes de deixar a chávena de lado e puxar meu notebook para o alto das minhas pernas cruzadas.

Em primeiro momento pesquisei e comparei os valores de passagens aéreas. Se minha intenção era ir embora, tinha que começar a mexer a dar os primeiros passos. Na semana que havia se passado tive tempo o suficiente para decidir para qual país ir, e o escolhido foi a Califórnia, ao menos de início. Eu não poderia imaginar como seria às consequências de fugir, então poderia ser provável que eu teria que me comportar como uma nômade, indo de país a país, até encontrar um jeito de acabar com meus rastros. Também não poderia esquecer que talvez, minha família apenas agradeça, já que se comportam como se eu fosse um fardo na vida deles.

Casada com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora