Capítulo 15

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Sete dias haviam se passado desde o meu retorno à casa dos meus pais

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Sete dias haviam se passado desde o meu retorno à casa dos meus pais. Nesse período, fui invadida por um sentimento de angústia. Durante os últimos dias, preferi me manter reclusa em meu quarto, sem sequer sair para as refeições. Apenas aceitava o que Nanna trazia para mim, dentro do meu espaço, e sentia gratidão por não ter que conviver com meus próprios pais.

No entanto, dado o meu isolamento, surgiu uma oportunidade singular: aproveitar o tempo recluso para aprimorar meus conhecimentos sobre a organização em questão e planejar estrategicamente meu futuro, vislumbrando caminhos alternativos e recursos internos para enfrentar essa realidade desafiadora.

Após meticulosa reflexão, considerei cuidadosamente todas as opções disponíveis para escapar da minha atual situação insustentável, mas nenhuma delas trouxe o resultado almejado. A falta de recursos financeiros revelou-se um obstáculo intransponível para qualquer tentativa de viajar para longe, tornando-me prisioneira de uma realidade que se tornava cada vez mais sufocante. Contudo, a ideia de procurar a justiça também se mostrava inviável, pois a minha confiança nesse sistema estava abalada, com o temor de possíveis infiltrados da máfia colocando minha vida em risco. Além disso, a angustiante solidão me envolvia, pois não havia ninguém à minha disposição capaz de oferecer auxílio ou apoio nesse momento de desespero. Encontrava-me em um impasse paralisante, sem orientação nem saídas aparentes.

Encontrava-me absorta em meus pensamentos, imersa na contemplação da brilhante lua que adornava o céu noturno. Sua luz prateada iluminava não apenas o ambiente ao meu redor, mas também a minha alma. Enquanto o silêncio reinava, minha mente vagava por caminhos incertos.

Interpelada sobre minha ocupação, mencionei estar apenas observando a lua. Nanna, atenta, percebeu minha tristeza e indagou sobre meu estado emocional. Diante dessa questão, fiquei imersa em incertezas ao tentar discernir meus sentimentos. Sem me caracterizar como feliz, reconheci que algum pesar me acometia.

Nanna, compreensiva, entendeu minha tristeza, mas ressaltou a importância de alimentar-me. Colocou diante de mim uma bandeja repleta de meu prato favorito, macarrão com molho de tomate, uma iguaria que me remetia à infância.

Com garfo em mãos, iniciei a degustação do macarrão, cujo sabor delicioso era inegável, no entanto, ainda me encontrava insatisfeita.

Em meio à minha inquietação, decidi confiar meus sentimentos a Nanna, ainda hesitando antes de me abrir com ela. Até então, eu mantivera guardado apenas para mim a angústia que me consumia. Finalmente, compartilhei minha resistência em aceitar o casamento com o homem que havia sido escolhido para mim.

Nanna sentou-se ao meu lado na cama, demonstrando seriedade em seu olhar. Segurou minha mão e encarou-me com compreensão.

— Entendo seus sentimentos, minha querida — disse ela, com suavidade na voz. — No entanto, é importante compreender que o casamento arranjado é a realidade em que vivemos. Não há nada que possamos fazer para alterar essa situação.

Casada com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora