Capítulo 12

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O tique-taque do relógio do consultório médico trouxe meu olhar para ele enquanto aguardava Riccardo, que estava em uma conversa particular com Dr

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O tique-taque do relógio do consultório médico trouxe meu olhar para ele enquanto aguardava Riccardo, que estava em uma conversa particular com Dr. Salvatore.

Após sairmos da UTI, fui obrigada a ficar dentro do consultório, com a intimação de não poder tocar em nada. Fui ameaçada de perder um dedo se tocasse em algum documento, mexesse no computador, como também se pegasse algum instrumento clínico como bisturi, tesouras e injeções. Obviamente, não quis mexer em nada, não quando uma janela de vidro preenchia toda um parede, dando a ambos, a visão um do outro. Ele vislumbrava qualquer movimento meu.

Eu me inclinei contra a mesa de mogno branco, apoiando os cotovelos neste e descansando minha cabeça entre as mãos. Eu estava exausta. Os eventos de ontem e hoje me atingiram como chicotadas, deixando um entorpecimento.

Cada segundo silencioso presa dentro deste âmbito, com apenas o barulho irritante do ar condicionado e do relógio, era o tique-taque de uma bomba prestes a detonar.

"Eu me entregarei a você"

O gosto amargo da promessa feita a mais de uma hora atrás ainda permanecia agarrado no céu da minha boca.

Eu estava em "dívida" com o diabo.

E essa verdade parecia tão real, tão crua naquele momento, que estremeci ao sentir a raiva renovando dentro de mim. Preferia a morte a ter que me entregar a Riccardo. Eu odiava esse demônio com todas as minhas forças.

O homem era a encarnação do mal.

Um psicopata.

Um criminoso cruel.

Obviamente, naquele momento e em tais circunstâncias, eu não tinha outra saída. Só havia uma maneira de proteger a mim e Caterina naquela situação. Ou eu dizia o que ele queria ouvir, ou mais uma vez, assistiria a "morte" da minha melhor amiga.

Aborrecida com toda situação, meus olhos se estreitaram um pouco
antes de olhar elevar a cabeça e olhar para ele, apenas para descobrir que ele já estava olhando para mim.

Sua expressão ficou sombria.

Ele tirou a mão do bolso e passou o polegar pelo lábio inferir, sacudindo levemente a cabeça ouvindo atentamente o doutor que não parava de falar, antes de focar sua atenção novamente em Salvatore.

Gostaria de ser um mosquito para ouvir o que eles tanto conversavam.

Seria algo sobre mim? Caterina?

A inquietação percorria meu corpo como uma chama acesa.

Não podia deixar de pensar na sua promessa de me deixar livre.

Claro que eu não acreditava em nenhuma promessa feita pelo diabo. Na arte da manipulação, psicopatas dão aula. Entretanto eu precisava de tempo, tempo para articular uma forma de fugir de suas garras, assim como salvar Caterina. Eu nem mesmo sabia sua real condição, mas aqueles tubos e bipes não mentiam, ela estava muito mal.

Casada com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora