Morro da Esperança, Setembro.
BIA
Como o Terror não é bobo, não caiu na mentira do presente à mão, então meteu a porrada em mim quando chegamos em casa. Ele perguntou várias vezes sobre o que eu estava falando para o Caveira, e todas as vezes eu respondi a mesma coisa e apanhei mais ainda.
Agora eu estou no banheiro do meu quarto, escondendo os hematomas com maquiagem porque o idiota convidou o Caveira para vir jantar aqui.
O que ele tá aprontando? Eu sei que ele quer fazer alguma coisa.
Será que ele vai machucar o Caveira?
Suspirei e voltei para o quarto, me assustando com o Terror sentado na minha cama. Quando ele notou minha presença, se ergueu e caminhou na minha direção.
Terror - Eles já chegaram. - Eles? - Espero que você se comporte muito bem se não quiser apanhar de novo.
Aceitei com a cabeça e segui ele até a cozinha, vendo o Caveira e uma ruiva na cozinha, cada um mexendo no seu celular.
Terror - Foi mal a demora, cambada, Beatriz perde a noção do tempo as vezes. - Segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
Apenas sorri sem mostrar os dentes.
Caveira - Fica de boa, ninguém aqui tá com presa. Beatriz, essa é Isabella, minha irmã emprestada.
Bella - É um prazer te conhecer, Beatriz. Pode me chamar de Bella, viu? - Veio na minha direção e me abraçou com carinho.
Beatriz - O prazer é meu. Pode me chamar de Bia. - Tentei ser simpática.
Sentamos todos em volta da bancada de madeira, Caveira sentou de frente para mim, e a Isabella sentou de frente para o Terror. Uma moça que eu nunca vi na vida entrou na cozinha e serviu o nosso jantar.
Terror - Contratei a Maria para servir o jantar essa noite. - Olhou para mim. - Quis te dar um descanso, gatinha. - Segurou minha mão embaixo da bancada e levou até os seus lábios, beijando o dorso.
Meu estômago dá voltas, e não é de um jeito bom.
Eu não sabia o que responder, então apenas sorri e voltei a olhar para a tal Maria. Ela colocou todas as opções em cima da bancada e se retirou para jantarmos em paz. Antes de começar a comer, Bella perguntou onde fica o banheiro e o Terror pediu para eu mostrar pra ela.
Subimos as escadas em silêncio e levei ela até o banheiro do corredor mesmo. Dei espaço para ela entrar e a mesma me puxou junto, fechando a porta do banheiro e trancando.
Beatriz - O que cê tá fazendo, moça? - Tentei abrir a porta, mas ela foi mais rápida e pegou a chave. - Para com isso! Preciso voltar, senão meu...namorado vai achar estranho.
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Made In Vidigal | Finalizado
Teen FictionEstão prontos para os recadinhos? Vamo lá! → Este livro é uma ficção sobre favela/comunidade/morro. → Terá palavras de baixo calão (palavrões). → Cenas de sexo explícito e implícito. → Terá cenas de pessoas (fictícias) usando substâncias perigosas p...