Hospital Codrato de Vilhena, Setembro.
CAVEIRA
Me sinto confuso e solitário quando acordo sozinho em um quarto de hospital. Aperto o botão de emergência ao lado da cama, mas ninguém aparece.
Então retiro a agulha com soro do meu braço e levanto da cama, sentindo minha cabeça e pernas doerem. Pisco algumas vezes e começo a caminhar até a porta que está fechada, mas paro quando ela abre e o Trovão aparece.
Trovão - Volta pra cama, desgraça! - Aponta na direção da cama, eu reviro os olhos.
Caveira - Não! Preciso ver a Bia e os gêmeos. Onde eles estão? - Tento passar por ele, mas o mesmo não deixa.
Trovão - Volta pra cama, Erick. Por favor.
Bufo antes de deitar novamente. Trovão puxa uma poltrona até o lado da minha cama e se senta, me olhando de um jeito estranho.
Caveira - Eu lembro que ela estava morta, Victor. - Sinto meu peito doer como nunca doeu antes. - Ela tá morta? O amor da minha vida morreu? - Já conseguia sentir as lágrimas rolando por minhas bochechas.
Trovão - Erick, fica calmo, beleza? Primeiro eu preciso te dizer que o Liam quebrou o braço. - Mais um aperto no peito.
Tudo isso poderia ter sido evitado se eu tivesse ficado mais um dia na casa de praia. Ou se eu tivesse a escolha de fugir para longe com eles, para longe daquele desgraçado.
Trovão - A Ayla deu sorte, tá em perfeito estado. - Suspirou. - Mas a Beatriz não tá nada bem.
Caveira - Porra! - Passei as mãos no rosto, frustrado. - É culpa minha, Victor. - Funguei.- Eu não acredito que eles passaram por isso. Eu deixei isso tudo acontecer.
Como eu estou me odiando agora, meu Deus!
Trovão - Cala a boca, cuzão. A culpa não é tua, tendeu? Tu estava disposto a dar a tua vida pela vida deles, isso é lindo e eu respeito pra caralho. Tu sempre foi assim, não deixa essa situação te abalar.
Como é bom ter ele ao meu lado.
Caveira - O que aconteceu com a Beatriz? Aonde ela tá?
Trovão - Ela saiu da cirurgia ontem de noite.
ONTEM DE NOITE? Quanto tempo fiquei apagado?
Caveira - Quanto tempo fiquei apagado, Trovão? - Tentei levantar de novo, mas ele ameaçou me encher de remédio pra dormir.
Trovão - Cê ficou apagado por um dia, cara. A Beatriz chegou aqui com os batimentos quase inexistentes, deve ser por isso que cê não sentiu. Ela teve duas paradas cardíacas durante a cirurgia, mas ela é forte pra caralho e resistiu. Dei o meu melhor para colocar ela e os gêmeos na mesma sala, para ficarem seguros.
Caveira - Valeu por cuidar deles.
Trovão - Não precisa agradecer. Bom, colocaram ela em um como induzido, falaram que as chances seriam melhores se fizessem isso.
Meu Deus!
Eu tô perdido sem essa mulher do meu lado.
Trovão - Tenta ficar tranquilo e descansar, a pancada que cê levou na cabeça te deixou com um galo enorme. - Levantou da poltrona. - Vou deixar a Bella entrar com a Melanie. - Falou e se foi.
Não demorou muito para a ruiva invadir o quarto, com uma mina ruiva nos braços. Ela sentou no mesmo lugar que o Trovão estava antes e chorou dizendo que sentiu muito medo quando achou que tinha me perdido de vez.
Caveira - Eu tô bem, maluca. Não precisa chorar. E essa princesa ai?
Ela sorriu enquanto limpava as lágrimas.
Bella - Tá com saudade dos padrinhos.
Poxa! Tinha até esquecido que a Bella e o Trovão convidaram eu e a Beatriz para sermos padrinhos da Melanie.
Caveira - Logo tudo vai se resolver e vamos batizar essa coisinha fofa. Temos que marcar um dia pra ti e pro Trovão batizarem a Ayla.
Alice e Midas vão ser padrinhos do Liam.
Ela concordou e disse que ia sair para o Midas e a Alice entrarem um pouco. E foi assim por um longo tempo, visitas e preocupações desnecessárias.
Não vejo a hota de ficar sozinho e ter uma brecha para ir até o quarto da Beatriz.
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CAPÍTULO SEM REVISÃO!
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Made In Vidigal | Finalizado
Teen FictionEstão prontos para os recadinhos? Vamo lá! → Este livro é uma ficção sobre favela/comunidade/morro. → Terá palavras de baixo calão (palavrões). → Cenas de sexo explícito e implícito. → Terá cenas de pessoas (fictícias) usando substâncias perigosas p...