22: Tem coisas que são óbvias

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Morro do Vidigal, Março.

CAVEIRA

Hoje eu tirei o dia de folga, coloquei o Midas pra cuidar de tudo e me chamar só se o bagulho for cabuloso

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Hoje eu tirei o dia de folga, coloquei o Midas pra cuidar de tudo e me chamar só se o bagulho for cabuloso.

Pensei em convidar a Bia pra ir em algum lugar maneiro, mas lembrei que o Terror ainda está a solta. Então resolvemos, juntos, preparar besteiras para comer e maratonar O Agente Noturno, uma nova série da Netflix.

Bia - Nossa, a Rose é bem afrontosa, né? - Enfiou uma pipoca na boca. - Queria ter metade da coragem dela.

Caveira - Nunca achei legal mina afrontosa. Não julgo as minas que sabem se defender sem precisar da ajuda de alguém, até fico orgulhoso quando vejo minas independentes, mas têm umas minas que passam dos limites.

Bia me olhou por alguns segundos.

Bia - Não gostaria de mim se eu soubesse me defender? Tipo, eu não sei me defender nem um pouco. Se eu soubesse, não teria apanhado do Terror por 4 anos.

Caveira - Linda, saber se defender e ser afrontosa são coisas diferentes. - Coloquei o braço por trás do seu pescoço e puxei ela mais para perto, fazendo ela deitar a cabeça no meu peito. - Prometo que vou te ensinar a se defender quando as coisas se acalmarem, ok?

Bia - Sério? - Aceitei com a cabeça, sabendo que ela tá me vendo pelo espelho redondo que fica grudado na parede ao lado da televisão. - Valeu, Erick, você é um anjo.

Se ela soubesse as coisas que eu tenho vontade de fazer com ela, não diria que eu sou um anjo.

Sorri e beijei o topo da sua cabeça.

Estamos na reta final da série. Tantas coisas aconteceram que eu quase não consegui acompanhar, mas a Bia olhou tudo com muita atenção e me explicava as coisas que eu não entendia. Agora o "casal" da série está em um barco, em alto mar. Eles estão conversando na parte de fora do barco.

Caveira - Eles vão se beijar, só te liga. - Na mesma hora lembrei do nosso beijo no chá revelação.

Bia - Sério? Acho que não.

Segundos depois, eles pararam de conversar e o Peter - agente do FBI/Casa Branca - iniciou o beijo. Bia se afastou e me olhou surpresa.

Bia - Como você sabia? Já olhou a série?

Caveira - Tem coisas que são óbvias, Bia. - Ela ficou me encarando por alguns segundos. - O que foi?

Bia - Nada. - Molhou os lábios. - Posso fazer uma pergunta? - Concordei. - Por que me beijou naquele dia no chá revelação dos gêmeos? - Suas bochechas ficaram vermelhas e ela olhou para a televisão.

Caveira - Porque eu senti vontade. - Dei de ombros. - Por quê? Não gostou? - Ela me olhou.

Bia - Não é isso. - Encostou as costas no encosto do sofá e colocou as duas mãos na barriga. - Eu só fiquei curiosa até agora e resolvi perguntar. Pelo jeito você não gostou, já que não pediu mais. - Ri, fazendo ela me olhar confusa.

Caveira - O que eu mais quero é te beijar de novo, Beatriz. Só que você se afastou depois do ocorrido, então eu não falei nada sobre.

Bia - Eu não soube como reagir, por isso não falei nada. - Ela arregalou os olhos e olhou para a própria barriga.

Caveira - O que foi? Tá com dor?

Bia - Os dois ou um só mexeu. Chutou, não sei. - Pegou minha mão e colocou na sua barriga, provavelmente no mesmo lugar que chutou/mexeu antes. - Espero que se mexa de novo. - E foi o que aconteceu, me deixando alegre.

Caveira - Que show, mano. - Sorri largamente. - Eles gostam da tua voz.

Bia - Será? - Me olhou com os olhos brilhando. - É muito emocionante sentir o bebê mexer, Erick. Será que a Bella já sentiu a Melanie mexendo?

Caveira - Não sei, mas podemos perguntar. - Peguei meu celular no bolso e enviei mensagem pra Bella.

Caveira: Ôh ruiva?

Bella: Fala, peste?

Caveira: Já sentiu a Melanie mexendo?

Bella: Que pergunta estranha, do nada. Não, por quê?

Caveira: Os gêmeos se mexeram pela primeira vez hoje.

Bella: Nossa, que legal! Parabéns!

Caveira: Valeu. Venham aqui quando estiverem com tempo.

Bella: Pode deixar. Beijos, chato.

Desliguei a tela do celular e voltei minha atenção para a mulher linda ao meu lado.

Caveira - Ela disse que não mexeu ainda.

Bia - Quando mexer, ela vai achar divino. - Pegou um pedaço de bolo de chocolate e começou a comer. - Quer? - Esticou a mão com o bolo na minha direção e eu comi um pedaço.

[...]

Já é noite. Quando a série terminou, Bia foi tomar banho e eu resolvi tomar também. Depois vou pedir comida, estou com preguiça de fazer e não quero que a Bia se force tanto.

Sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura e abri as portas do meu guarda-roupa, procurando uma bermuda confortável. Achei e joguei em cima da cama, abrindo a gaveta e pegando uma cueca box cinza. Antes de colocar a roupa, escutei a Bia me chamando lá do quarto dela, parecia assustada.

Corri até o quarto dela, segurando a barra da toalha para ela não cair. Abri a porta sem bater e vi ela sentada na cama, apenas com a toalha enrolada no corpo e o celular na mão.

Caveira - O que deu?

Bia - Olha isso. - Esticou o celular na minha direção, demorando o olhar no meu abdômen.

Peguei o celular e notei que tá aberto o aplicativo de mensagens do celular.

"Eu juro por Deus que vou te achar e te matar depois que você ganhar esse bebê, Beatriz! Achou que eu não iria descobrir que tua amiguinha vadia e aquela médica mentiram pra mim? Ninguém vai te salvar de mim, vagabunda!"

Senti meu sangue ferver com todas as palavras asquerosas que ele usou na mensagem.

"Aqui é o Caveira. Só quero te avisar que a Beatriz não tá sozinha, tá ligado? Ela tem a mim e toda a facção do lado dela, cuzão! Vamos te derrubar e não vai ser um tombo bonito! Fica com os dois olhos bem abertos, Terror!"

Apaguei o chat de conversa e joguei o celular em cima da cama. Beatriz levantou e chegou mais perto de mim.

Bia - O que vamos fazer? Será que ele sabe que eu tô aqui? - Agora ele sabe, com certeza.

Caveira - Não precisa se preocupar, linda. - Coloquei minhas mãos no seu rosto e beijei sua testa. - Não vou deixar ele encostar um dedo em vocês, beleza? - Ela aceitou com a cabeça.

Respirei fundo antes de puxar o seu rosto de encontro ao meu e beijar sua boca com leveza. Ela colocou as mãos na minha cintura, e eu aprofundei o beijo, sendo recebido com volúpia. Desci uma mão para a sua cintura e a outra mão foi para a sua nuca, acariciando com carinho a região sensível.

Me afastei quando senti que ia me descontrolar, e eu não posso fazer isso com ela. Não agora...

Bia - O que foi? - Me olhou confusa.

Caveira - Achei melhor parar antes que eu não conseguisse me controlar. - Me segurei para não levar a mão até o meu pau e apertar para aliviar a pressão.

Bia - Entendi. - Cruzou os braços. - E eu acho melhor eu colocar uma roupa decente.

Aceitei e saí do quarto dela. Voltei para o meu quarto e tomei um banho gelado, me negando a bater uma pensando nela.

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