09: Shhh, não precisa chorar mais

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Morro do Alemão, Outubro.

BIA

Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi olhar o celular para ver se não tinha nenhuma mensagem do Caveira

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Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi olhar o celular para ver se não tinha nenhuma mensagem do Caveira.

Hoje está completando 1 mês que eu estou na casa do Trovão. Ele é muito legal e querido, mas eu sinto que estou incomodando.

Não vejo a hora de tudo ser resolvido e eu poder ter minha vida livre, como um ser humano normal. Até o gato do Trovão tem mais livre arbítrio do que eu.

Quando a tela se iluminou, quase me deixando cega, notei que tem uma notificação na tela de bloqueio. Desbloqueei o celular com a minha digital e achei estranho quando vi que a notificação era do aplicativo de mensagem do celular mesmo, e não do Telegram. Abri o aplicativo e vi que a mensagem veio de um número que não está salvo, então abri a mensagem e li:

"Cê se escondeu muito bem, mas eu sempre vou te achar, Beatriz! Espero que tenha aproveitado sua estadia no Morro do Alemão...eu tô indo te buscar!"

Meu sangue gelou e meu coração disparou feito louco. Me levantei correndo e sai do quarto igual um flash, descendo as escadas um pouco mais devagar para não cair. Quando cheguei na cozinha, tive uma surpresa.

Caveira - Bia? - Me olhou preocupado. - Cê tá bem? Tá pálida. - Levantou da cadeira e deu a volta na bancada para chegar até mim.

Entreguei o celular para ele, com a mensagem ainda aberta e o mesmo leu com atenção.

Bella - O que foi? Tô ficando curiosa e preocupada.

Caveira - O Terror sabe que ela tá aqui. - Olhou para o Trovão.

Trovão - Quebra o chip que veio com o celular, vou levar ela pra um lugar seguro. - Quando ele foi se erguer para sair da cadeira, eu não deixei.

Beatriz - Não precisa, Trovão. - Ele me olhou sem entender. - Eu tenho que voltar pra ele. - Bella gargalhou. - Eu tô falando sério, Bella! Não posso deixar ele machucar mais ninguém por minha causa. - Abracei meu próprio corpo, morrendo de medo. - Eu tenho um plano ótimo já formado na minha cabeça.

Caveira - Ah, é? E qual é o plano, Beatriz? Se entregar de novo para o cara que te espancava sem motivos e te estuprava? Cê quer morrer? - Cruzou os braços, me olhando com indignação.

Beatriz - Eu já tentei me matar várias vezes e não consegui. - Segurei as lágrimas o máximo possível. - Eu vou me entregar para ele de novo, vou falar tudo que tenho vontade e me matar, de um jeito que não sobre tempo para me salvar. Só assim as pessoas que eu gosto vão ficar à salvo.

Caveira - Eu não vou deixar cê fazer isso, entendeu? - Chegou mais perto, me deixando insegura.

Bella - Fica suave, Caveira! - Brotou ao lado dele e tocou seu ombro. - Por que tá agindo desse jeito? A escolha é dela. A vida é dela.

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