VISENYA TARGARYEN
— Isto é uma beleza! Toque-o. — Viserys ergueu o vestido para que ela o inspecionasse. — Acaricie o tecido.
Visenya o tocou. O tecido era tão macio que parecia lhe correr pelos dedos como água.
— É meu? — Ela perguntou. Visenya tinha dezesseis anos, idade suficiente para saber que tais presentes raramente vinham sem preço.
— Um presente do magíster Illyrio. — Disse Viserys, sorrindo. Seu pai estava de bom humor naquela manhã, isso era bom. — A cor realçará o violeta de seus olhos. E você também terá ouro e joias de todos os tipos. Illyrio prometeu. — Seu pai era magro, com mãos nervosas e um ar febril nos olhos de um tom claro de lilás. — O magíster sabe que não esquecerei os amigos quando subir ao trono.
Magíster Illyrio Mopatis era um comerciante de especiarias, pedras preciosas, ossos de dragão e outras coisas menos palatáveis. Tinha amigos em todas as Nove Cidades Livres, dizia-se, e mesmo além delas, em Vaes Dothrak e nas terras das fábulas junto ao Mar de Jade.
Há anos Visenya, Daeron e Viserys viviam na mansão do magíster, comiam de sua comida e eram paparicados por seus criados. Illyrio mantinha eles sob sua proteção, longe das conspirações de assassinatos do Usurpador. Ele até mesmo havia arranjado um casamento entre Jaehaerys, irmão mais novo de Viserys, e sua única filha, Alys Mopatis. Estabelecendo assim uma aliança formal com a Casa Targaryen. Mesmo quando Viserys baniu Jaehaerys de Pentos, e consequentemente baniu a filha de Illyrio, o magíster não abandonou sua causa.
Visenya e seu irmão mais novo, Daeron, escutavam o falatório nas ruas e ouviam as especulações sobre a trama de Illyrio. Eles suspeitavam que o magíster esperava ser recompensado após Viserys recuperar o Trono de Ferro para a Casa Targaryen. Visenya lembrava-se vagamente de seu tio Jaehaerys discutindo com Viserys sobre ser inteligente, ou não, prometer o cargo de mestre da moeda ao magíster antes mesmo de construírem alianças poderosas para tomar de volta o que era deles por direito de nascença.
Apesar disso, nem Visenya e nem Daeron levantaram o assunto diante do pai, ambos sabiam que era melhor não questionar Viserys enquanto ele tecia suas teias de sonho. Quando era despertado, a ira de Viserys era algo terrível. Ele a chamava de "O acordar do dragão". Visenya e Daeron nunca conheceram o lado suave de seu pai, embora quando pequenos ouvissem as histórias de Jaehaerys sobre como ele era afetuoso. Viserys se ressentia de Visenya e principalmente de Daeron pela morte de sua esposa-irmã durante o nascimento de Daeron e desde então os tratavam de forma abusiva, tanto com palavras cruéis quanto com agressões físicas.
— Illyrio enviará as escravas para lhe darem banho. Assegure-se de se livrar do fedor dos estábulos. — Viserys pendurou o vestido ao lado da porta, despertando Visenya de seu devaneio. — Khal Drogo tem mil cavalos e hoje vem à procura de um tipo diferente de montaria.
— O que isso quer dizer? — Visenya franziu o cenho.
— Não seja tola, sabe o que quer dizer. — Ele a estudou criticamente.
Visenya não era tola. Ela sabia do plano de seu pai. Daeron havia escutado a conversa entre ele e o Magíster Illyrio há algumas noites. Seu irmão correu até ela e contou-lhe tudo. Visenya e Daeron sempre deram como certo que se casariam quando chegassem à idade adulta.
Durante séculos, os Targaryen tinham se casado entre si, desde que Aegon, o Conquistador, tomou as irmãs como esposas. Viserys havia dito a eles uma centena de vezes que a pureza da linhagem devia ser mantida, que o sangue real era deles, o sangue da antiga Valíria. Os dragões não acasalavam com os animais do campo, e os Targaryen não misturavam seu sangue com o de homens menores. E, no entanto, seu pai conspirava para vendê-la a um estranho, a um bárbaro.
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𝑹𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑭 𝑫𝑹𝑨𝑮𝑶𝑵𝑺 • 𝒈𝒐𝒕 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏
Fanfiction"𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝒉𝒂𝒔 𝒕𝒉𝒓𝒆𝒆 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒔" Os Sete Reinos de Westeros acreditavam que a dinastia Targaryen havia chegado ao fim com a morte do Rei Louco e a tomada de Robert Baratheon ao Trono de Ferro. Mas os filhos legítimos do antigo rei...