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VISENYA TARGARYEN
Se olhar para trás, estou perdida. Pensou Visenya na manhã seguinte, ao entrar em Astapor pelos portões do porto. Não se atrevia a lembrar a si mesma como, na realidade, era pequena e insignificante a sua comitiva, caso contrário perderia toda a coragem. Naquele dia montava a sua prata, vestida com calças de pelo de cavalo e um vestido vermelho coberto por uma capa da mesma cor. Irri e Jhiqui tinham trançado seus cabelos e prendido neles uma minúscula sineta de prata, cujo tilintar cantava uma canção sobre os Imortais de Qarth, queimados em seu Palácio de Pó.As ruas de tijolos vermelhos de Astapor estavam quase repletas nessa manhã. Escravos e criados se aglomeravam junto às paredes, enquanto os senhores de escravos e suas mulheres tinham vestido seus tokars para observar do alto das pirâmides de degraus. No fim das contas, não são assim tão diferentes dos qarthenos, pensou ela. Querem um vislumbre de dragões que possam contar aos filhos e aos filhos dos filhos. Aquele pensamento fez Visenya indagar-se sobre quantos deles chegariam a ter filhos. Roan seguia na sua frente, com seu grande arco dothraki. Daeron, cavalgava à direita de seu cavalo, e Jaehaerys cavalgava à esquerda. Sor Jorah Mormont vinha atrás, de cota de malha e capa, lançando olhares carrancudos a todos os que se aproximassem em excesso. Os três dragões vieram voando, mas acorrentados para não irem muito longe. Irri, Alys e Jhiqui seguiam próximas aos dragões, para tentar mantê-los calmos. Mas Maelys brandia a cauda para um lado e para outro, e uma fumaça subia, irritada, de suas narinas. Aeraxes também sentia que algo não estava bem. Por três vezes tentou voar para mais longe, só conseguindo ser puxado para baixo pela pesada corrente que Jhiqui tinha na mão. Valyrion era o mais agitado de todos.
O resto do seu povo os seguia: Groleo e os outros capitães e suas tripulações, e os oitenta e três dothrakis que restavam dos cem mil que um dia tinham acompanhado o khalasar de Drogo. Visenya tinha colocado os mais velhos e mais fracos no centro da coluna, com as grávidas, as meninas pequenas e os garotos novos demais para trançar o cabelo. Os outros - aquilo que possuía de guerreiros - seguiam no exterior e faziam avançar a sua triste manada, os cento e tantos cavalos descarnados que tinham sobrevivido seja ao deserto vermelho, seja ao negro mar salgado.
— Deveríamos mandar bordar um estandarte. — Disse Jaehaerys e Visenya fechou os olhos para imaginar seu aspecto: todo de seda negra e leve, e nele o dragão vermelho de três cabeças de Targaryen, exalando chamas.
As margens do rio eram estranhamente tranquilas. Vislumbraram crianças que brincavam numa delas, correndo por entre elegantes estátuas de mármore. Em outra ilha, um casal de amantes se beijava à sombra de altas árvores verdes, tão desprovidos de vergonha como um dothraki num casamento. Sem roupas, não sabia dizer se eram escravos ou livres.
A Praça do Orgulho, com sua grande harpia de bronze, era pequena demais para conter todos os Imaculados que tinha comprado. Em vez de estarem ali, os escravos tinham sido reunidos na Praça da Punição, em frente ao portão principal de Astapor, para poderem ser levados diretamente da cidade assim que Visenya estivesse na posse deles. Ali não havia estátuas de bronze; só uma plataforma de madeira onde escravos rebeldes eram torturados, esfolados e enforcados.
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𝑹𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑭 𝑫𝑹𝑨𝑮𝑶𝑵𝑺 • 𝒈𝒐𝒕 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏
Fanfiction"𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝒉𝒂𝒔 𝒕𝒉𝒓𝒆𝒆 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒔" Os Sete Reinos de Westeros acreditavam que a dinastia Targaryen havia chegado ao fim com a morte do Rei Louco e a tomada de Robert Baratheon ao Trono de Ferro. Mas os filhos legítimos do antigo rei...