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VISENYA TARGARYEN


A muralha interna de Qarth tinha esculturas que fizeram Visenya corar, até dizer a si mesma que estava sendo tola. Não era nenhuma donzela, se podia olhar para as cenas de massacre da muralha cinzenta, por que haveria de desviar os olhos ao ver homens e mulheres dando prazer uns aos outros? Jaehaerys lhe ensinara sobre isso, era algo comum e não depravado como havia pensado antes.

Daeron estava ao lado direito de Visenya, e Jaehaerys ao lado esquerdo. Todos se abriram à aproximação deles. Enquanto avançavam montados em seus cavalos para o interior da cidade, crianças pequenas correram para espalhar flores no caminho.

Todas as cores que faltavam em Vaes Tolorro eram encontradas em Qarth, edifícios aglomeravam-se ao redor, fantásticos como um sonho febril, em tons de rosa e violeta. Visenya passou sob um arco de bronze esculpido em forma de duas serpentes acasalando-se, com delicados flocos de jade e obsidiana como escamas. Torres esguias subiam mais alto do que quaisquer outras que ela tivesse visto, e elaborados chafarizes, esculpidos na forma de grifos, dragões e manticoras, enchiam todas as praças.

Os qarthenos ladeavam as ruas e observavam de suas delicadas varandas, que pareciam frágeis demais para suportar seu peso. Eram um povo alto e de pele clara, vestido de linho, samito e pele de tigre, cada um deles um senhor ou uma senhora aos olhos de Visenya. As mulheres usavam vestidos e deixavam um seio nu, enquanto os homens preferiam saias de seda com contas. Visenya sentiu-se esfarrapada e bárbara ao avançar por entre eles, com sua veste dothraki.

Seu khalasar chamavam os qarthenos de “Homens de Leite” devido à sua brancura. Daeron havia comentado com ela uma vez que Khal Drogo sonhara com o dia em que poderia saquear as grandes cidades do Leste. Olhou de relance seus companheiros de sangue, cujos olhos escuros em forma de amêndoa não mostravam sinal do que estariam pensando. Será só o saque que veem?. Interrogou-se. Como devemos parecer selvagens a esses qarthenos.

Pyat Pree conduziu seu pequeno khalasar pelo centro de uma grande arcada, onde os antigos heróis da cidade se erguiam num tamanho três vezes superior ao de um homem, sobre colunas de mármore branco e verde. Atravessaram uma feira localizada num edifício cavernoso, cujo teto entrançado servia de lar a um milhar de aves de cores alegres. Árvores e flores desabrochavam nos muros em terraços por cima das barracas, enquanto, embaixo, parecia que tudo o que os deuses tinham colocado no mundo estava à venda.

Sua égua assustou-se quando o príncipe mercador Xaro Xhoan Daxos se aproximou, naquele pouco período de tempo, Visenya tinha descoberto que os cavalos não suportavam a proximidade de camelos.


— Se vir aqui algo que deseje, oh, mais bela das mulheres, basta-lhe dizer e será seu. — Gritou Xaro do alto de sua ornamentada sela com chifres. Visenya viu Jaehaerys levar seu cavalo mais a frente para que pudesse olhar para Daeron. Seu tio arqueou as sobrancelhas e deu um olhar a Daeron para que ele fitasse o homem que tomara o lado de Visenya.

— Khaleesi, deveria conhecer a Casa dos Imortais mais tarde, prometo que beberá verdade e sabedoria. — Entoaram os lábios azuis de Pyat Pree do outro lado.

— Para que ela precisaria do seu Palácio de Pó quando posso lhe dar a luz do sol, água doce e sedas em que dormir? — Respondeu Xaro em desafio. — Colocarei uma coroa de jade negro e opalas de fogo sobre a sua adorável cabeça.

— O único palácio que desejo é o castelo de Porto Real, lorde Pyat. — Visenya desconfiava do mago, a maegi Mirri Maz Duur azedara sua relação com aqueles que lidavam com feitiçaria. — E se o senhor Xaro quiser me dar presentes, que me dê navios e espadas para reconquistar o que é meu por direito.


𝑹𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑭 𝑫𝑹𝑨𝑮𝑶𝑵𝑺 • 𝒈𝒐𝒕 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora