VISENYA TARGARYEN
Visenya assistiu Daeron e Jaehaerys deixarem o palácio. Seus olhos os acompanharam até que eles desapareceram pelas ruas. Pareciam seguros ao lado um do outro e por isso ela se permitiu relaxar pela primeira vez em semanas.
As aias despiram as sedas manchadas pela viagem que ela usava, e Visenya se dirigiu ao lugar onde ficava a piscina de mármore. A água estava deliciosamente fresca, e a piscina, abastecida com minúsculos peixes dourados que mordiscavam, curiosos, sua pele, e a faziam rir. Era bom fechar os olhos e flutuar, sabendo que podia descansar durante o tempo que quisesse.
Perguntou a si mesma se a Fortaleza Vermelha teria uma piscina daquelas, e fragrantes jardins cheios de lavanda e menta. Certamente teria. Viserys sempre disse que os Sete Reinos eram mais belos do que qualquer outro lugar do mundo.
Visenya aproveitou a noite para jantar com as mulheres de seu khalasar, e até mesmo brincou com algumas crianças. Pegar aqueles pequenos seres no colo a lembraram de seu filho natimorto, mas ela segurou o choro até onde pôde, pois sabia que precisava se manter forte diante de seu khalasar, ela era a força deles.
Ao alimentar os dragões com Irri e Jhiqui, ouviu de suas aias que se Drogo tivesse sobrevivido, teria levado o khalasar através da água venenosa e varrido os inimigos dela, mas a força de Drogo havia abandonado o mundo. Agora, elas insistiam que seus companheiros de sangue fariam por Visenya o que Drogo não pôde fazer.
Visenya concordou e permitiu que suas aias divagassem, enquanto pensava que sabia que podia contar com seus companheiros de sangue e peritos em matança, pois estavam ligados a ela para a vida, mas apenas à maneira dos senhores dos cavalos. Os dothrakis saqueavam cidades e pilhavam reinos, não os governavam. Visenya não tinha nenhum desejo de reduzir Porto Real a uma ruína enegrecida, cheia de fantasmas inquietos. Já tinha se alimentado de lágrimas o suficiente.
Quero tornar meu reino belo, enchê-lo de homens gordos, belas donzelas e crianças sorridentes. Quero que meu povo sorria quando me vir passar, como Viserys dizia que sorriam ao meu avô. Pensou ela, mas sabia que antes de poder fazer isso, teria de conquistar o reino e seu povo.
O problema era, como fazer isso com o Usurpador vivo e sentado no trono?
Ele mataria todos vocês, isso é tão certo como o sol nascente, dissera Mormont uma noite, quando Jaehaerys mencionou voltar para os Sete Reinos.
Robert Baratheon havia matado seu galante tio Rhaegar, e um de seus cães tinha atravessado o mar dothraki para envenenar a ela, Daeron e Viserys. Diziam que Robert Baratheon era forte como um touro e destemido em batalha, um homem que não gostava de nada mais do que da guerra. E com ele estavam os grandes senhores que o Viserys e Jaehaerys chamavam de cães do Usurpador, Eddard Stark de olhos frios com seu coração gelado, e os dourados Lannister, pai e filho, tão ricos, tão poderosos, tão traiçoeiros.
Como posso esperar derrubar tais homens?
Quando khal Drogo vivia, os homens tremiam e lhe faziam ofertas para apaziguar sua ira. Se não o fizessem, ele tomava suas cidades, riqueza, mulheres e tudo o mais. Mas o khalasar dele tinha sido vasto, ao passo que o dela era escasso. Seu povo seguira-a através do deserto vermelho enquanto perseguia o cometa, e também a seguiria através da água venenosa, mas não seria o suficiente. Mesmo os dragões podiam não ser suficientes. Viserys acreditara que o reino se ergueria em apoio ao rei legítimo… Mas ele era um tolo, e os tolos acreditam em tolices.
Tantas dúvidas a fizeram estremecer. Ao se deitar para dormir, os pensamentos de Visenya derivaram para os misteriosos qarthenos. A Estrela Sangrenta trouxe-me a Qarth por um motivo.
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𝑹𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑭 𝑫𝑹𝑨𝑮𝑶𝑵𝑺 • 𝒈𝒐𝒕 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏
Fanfiction"𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝒉𝒂𝒔 𝒕𝒉𝒓𝒆𝒆 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒔" Os Sete Reinos de Westeros acreditavam que a dinastia Targaryen havia chegado ao fim com a morte do Rei Louco e a tomada de Robert Baratheon ao Trono de Ferro. Mas os filhos legítimos do antigo rei...